A Articulação dos Povos Indígenas (Apib) decidiu se retirar da comissão especial do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (28). A comissão tem o objetivo de chegar a uma conciliação sobre o uso da tese do marco temporal para a demarcação de terras dos povos originários.
No texto lido pela representante Maria Baré, a associação informou que não participarão das discussões, pois entende que seus direitos são inegociáveis e não há paridade no debate. As informações são do G1.
O encontro promovido pelo STF é promover o diálogo por conta do conflito entre os Poderes.
Esse marco temporal define que indígenas só podem reivindicar a demarcação de terras que eram ocupadas pelos povos originários na promulgação da Constituição, em 5 de outubro do ano de 1988.
Os indígenas são contrários ao marco. Eles argumentam que o critério de ocupação em 1988 não é preciso, pois alguns povos são nômades e podem estar ligados a uma terra, mesmo não a habitando na data da promulgação.
Nos recusamos a negociar os direitos indígenas e a violação da nossa constituição. O @STF_oficial tem o dever de proteger a constituição, não abrir espaço para banca de negócios com nossas vidas e territórios. Participe do tuitaço: #MarcoTemporalNão #Demarcaçãojá #SemNegociação pic.twitter.com/ublCu2IiWQ
— Apib Oficial (@ApibOficial) August 28, 2024
Negociações no STF sobre demarcação de terras
A primeira audiência de conciliação aconteceu no dia 5 de agosto, convovada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O magistrado negou o pedido das entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco.
Nesta segunda audiência, também convocada por Gilmar Mendes, que conta com representantes da Apid, Congresso Nacional, governo federal, dos estados e municípios e dos autores das ações.
Sem a conciliação, os parlamentares temem que as terras nas mãos do agronegócio sejam dermacadas como territórios indígenas.
Portal Norte é um portal de notícias que traz as últimas novidades do Amazonas, Brasília, Acre, Roraima, Tocantins e Rondônia. Notícias confiáveis e atualizadas para manter você bem informado.