Com o avanço da seca no Amazonas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decidiu revogar a portaria que proibia o tráfego de caminhões pesados na BR-319.

A nova portaria, publicada no Diário Oficial da União, manteve a restrição das 08h às 18h.

Adicionalmente, proibiu a circulação de veículos nos Portos de Humaitá e Careiro após as 18h.

Nesta quarta-feira (4), durante audiência com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), Fabrício Galvão, diretor-geral do Dnit, anunciou a flexibilização da proibição.

Segundo Plínio Valério, o objetivo da reunião foi encontrar uma solução para garantir o tráfego de caminhões na rodovia, especialmente durante a estiagem.

Além disso, expressando sua preocupação com os efeitos da seca, o senador afirmou: “Nosso estado é penalizado por preservar. Temos a BR-319 que poderia ser completamente reasfaltada, mas continuamos reféns desse isolamento”.

Plínio alertou que “a seca vai piorar, e não podemos ficar sem o tráfego de produtos, alimentos e mantimentos.”

O senador já havia afirmado na quarta-feira (28) que a BR-319 está em situação “caótica” devido à seca e aos incêndios no Amazonas.

Galvão explicou ao senador que caminhoneiros e empresas podem solicitar uma autorização especial de trânsito pelo site do órgão (siaet.dnit.gov.br), com cada caso sendo avaliado individualmente.

Além disso, ele informou que realizará uma nova licitação para a reconstrução das pontes da rodovia. Galvão também destacou que o trabalho de dragagem nos rios para o transporte fluvial está em andamento nas rotas entre Manaus, Itacoatiara e outros municípios onde o serviço é essencial.

Por fim, Plínio Valério relatou que “as empresas não estão operando aos finais de semana, apesar de ser um serviço urgente, dada a gravidade da situação,” referindo-se à recuperação das pontes.

No entanto, o senador comemorou a flexibilização:

BR-319

A rodovia é a única via de ligação entre Manaus (AM) e o restante do país, via Porto Velho (RO). Ela tem aproximadamente 885 quilômetros de extensão e, desse total, 405 quilômetros não estão pavimentados. Cerca de 27 mil pessoas vivem nesse trecho.

A pavimentação da via é um projeto há muito aguardado pelos moradores da região. O investimento estimado para a realização da obra é de R$ 2 bilhões.

O senador Plínio reafirmou que seguirá na luta pela pavimentação da rodovia para evitar um colapso.