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Volta do horário de verão? Entenda como prática pode aliviar impactos da seca

Entenda como horário de verão pode aliviar impactos da seca

Entenda como horário de verão pode aliviar impactos da seca. Marcello Casal jr./Agência Brasil

Adiantar os relógios em uma hora era prática comum entre os brasileiros até 2019, quando foi extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O horário de verão voltou à tona após o vice-presidente, Geraldo Alckmin, anunciar que o governo está avaliando implementar a prática para mitigar os impactos da seca no setor energético.

A equipe do Ministério de Minas e Energia (MME) enxerga a medida como uma alternativa para poupar recursos do sistema elétrico e garantir o fornecimento de energia. Além disso, a proposta atende interesses dos setores de turismo, bares e restaurantes, pois gera renda extra aos negócios.

Especialistas apontam que o horário de verão é bem-vindo diante do período de urgência climática enfrentado pelo país.

Impactos positivos

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em planejamento energético, Vanderlei Martins, afirma que quando o horário de verão deixa de existir, os estudos sobre a importância dele foram rasos.

“O horário de verão não afeta somente o setor energético, também tem efeitos em outros setores, pois há mudança no padrão de consumo das pessoas. Boa parte da população talvez aproveite mais uma hora solar com outras atividades, e com isso, reduza o horário de ponta nas residências”, explica o professor.

Para o gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Ricardo Baitelo, o horário de verão foi aplicado durante muito tempo e trouxe benefícios positivos. “Há uma situação atual no Brasil onde a gente tem um gargalo, principalmente entre 18h e 22h, o chamado horário nobre, quando as pessoas tem um consumo maior de ar condicionado, televisão. É justamente o momento que a energia solar vai embora, sobrecarregando o sistema energético”, destaca Ricardo.

De acordo com o especialista, o momento atual tem outro agravante: a seca. “Com a redução de chuvas, estamos com os reservatórios muito abaixo do esperado. Quando isso acontece temos que repor a geração de energia por outras formas, ainda mais nesse final de ano, quando entramos em um período em que a energia eólica contribui menos com o sistema”.

A energia solar é a segunda de maior geração energética no Brasil, que conta com uma matriz diversificada e 90% renovável. “Mas a gente ainda tem a lição de casa que é substituir esse 10% de energia fóssil por renovável”, conclui o especialista do IEMA.

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