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Combate às queimadas: ‘Já tivemos ataque de onça’, diz comandante

As equipes da Força Nacional, que atuam no combate às queimadas no Pantanal e na Amazônia, enfrentam desafiosconstantes.

As equipes da Força Nacional, que atuam no combate às queimadas no Pantanal e na Amazônia, enfrentam desafiosconstantes. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

As queimadas no Pantanal e na Amazônia, dois importantes biomas brasileiros, apresentam grandes desafios.

Além disso, a complexidade do combate aos incêndios exige esforços coordenados e adaptados às particularidades de cada região.

De acordo com os bombeiros militares e voluntários, os desafios são específicos em cada bioma, o que exige estratégias diferenciadas.

Por um lado, no Pantanal, o fogo de turfa, que queima o material orgânico abaixo da superfície, aumenta a complexidade do trabalho.

O comandante do Grupamento de Busca e Salvamento da Força Nacional, Marinaldo Gomes Rocha, explicou que o combate ocorre à noite, quando os focos ficam mais visíveis, a temperatura diminui e o vento enfraquece.

“Trabalhamos durante toda a noite e descansamos pela manhã. Em outros biomas, a situação é diferente,”.

Além disso, os bombeiros lidam com a hostilidade dos animais silvestres, que muitas vezes atacam os combatentes.

Rocha relatou: “A ameaça é constante, principalmente à noite, quando atuamos mais intensamente. Já tivemos um caso de ataque de onça a um brigadista.”

Por outro lado, o acesso aos pontos de queimadas também representa um obstáculo. Muitas vezes, os bombeiros precisam de transporte aéreo, pois helicópteros das Forças Armadas os levam até o local, onde permanecem acampados por períodos de oito a 15 dias.

Rocha também destacou a necessidade de desmistificar a ideia de que incêndios florestais não ocorrem em regiões com muitos rios.

“A falta de chuvas secou o Pantanal, tornando-o propício aos incêndios,” alerta.

Na Amazônia, o principal desafio é o deslocamento das tropas, que ocorre principalmente por via aérea e, em algumas situações, fluvial.

O comandante das operações da Força Nacional na Amazônia, Jaldemar Pimentel, afirma: “As condições de acesso são limitadas, com estradas precárias. Permanecemos em regiões isoladas por até 15 dias.”

Na região do Arco do Fogo, no sul do Amazonas, os incêndios decorrem do desmatamento, da grilagem de terras e da queima controlada ou irregular da vegetação.

“Lidamos com as consequências diretas dessas ações, que resultam em incêndios devastadores,” explica Pimentel.

Cerrado

No Cerrado, bioma localizado na área central do Brasil, o clima extremamente seco facilita a propagação do fogo. Rocha explica:

” O acesso às áreas com grandes cânions ou elevações, como a Chapada dos Veadeiros, complica ainda mais a atuação. Os bombeiros enfrentam o fogo diretamente com pás, enxadas, rastelos e outros equipamentos. “O fogo pode atingir temperaturas extremas de 400°C a 1.000°C,” revela Rocha.

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