O prefeito de São Félix do Xingu, no Pará, João Cléber (MDB), acumula R$ 9 milhões em multas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Além disso, o município, que enfrenta sérios desafios ambientais, lidera os índices de desmatamento ilegal e queimadas, seguido pelo Amazonas.

Na Amazônia Legal, a cidade sofre com a ação de garimpeiros e grileiros, sendo frequentemente alvo de operações policiais.

De acordo com a plataforma CruzaGrafos, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), ele possui mais de R$ 7,5 milhões em multas junto ao Ibama.

Além disso, uma multa mais recente, cadastrada no sistema do Ibama, soma R$ 1,6 milhão.

Segundo os sistemas da autarquia, as multas estão em aberto.

Na primeira semana de setembro, São Félix do Xingu registrou 1.819 focos de incêndio, o maior número no Brasil, segundo o programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O município, com 65 mil habitantes, abrange uma área de 84 mil quilômetros quadrados, equivalente a 55 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

João Cléber recebeu cinco multas ambientais entre 2011 e 2023, além de uma sexta infração em 2023 registrada no sistema de autuações do Ibama.

Ele busca a reeleição e ocupa a primeira posição nas pesquisas eleitorais.

Histórico

Primeiramente, o prefeito cometeu sua primeira infração ambiental em 2011, quando destruiu uma floresta sem permissão e recebeu uma multa de mais de R$ 87 mil.

Além disso, no mesmo ano, ele foi multado em R$ 1 mil por usar uma motosserra em uma floresta sem autorização.

Em seguida, em 2014, ele enfrentou uma multa de R$ 6,6 milhões e teve sua propriedade embargada por destruir uma floresta em uma área de reserva legal. Essa infração ainda está dentro do prazo para apresentação da defesa.

Em 2023, ele foi multado em R$ 435 mil por tentar impedir a regeneração de uma floresta em uma área de conservação. Adicionalmente, ele deve R$ 420 mil por desobedecer a um embargo ambiental que suspendeu as atividades em sua propriedade devido à violação da lei.

Ambas as multas estão em contestação, assim como sua segunda multa maior, de R$ 1,6 milhões.

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