O Governo do Distrito Federal (GDF) se reuniu na manhã desta sexta (27), no Palácio do Buriti, para negociar com os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a greve. No entanto, o governou pediu mais tempo para analisar os pedidos da categoria.
Na reunião, estavam presentes autoridades como o deputado Fábio Félix e o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz.
No dia 20 de setembro, os médicos decidiram suspender o movimento grevista por uma semana, aguardando contraproposta prometida pelo governo. A nova assembleia estava marcado para esta sexta.
Os profissionais de saúde reivindicam melhores condições de trabalho, mais contratações por meio de concurso público e recomposição salarial.
Ao todo, mais de 400 médicos estão envolvidos nas paralisações. O total representa menos de 10% do efetivo de médicos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SESDF).
Uma das médicas à frente da greve, Natália Matias, afirma que os médicos estão abertos ao diálogo, ao contrário do governo, que não cumpriu a promessa feita à categoria.
“Infelizmente não temos qualquer sinalização do governo sobre a contraproposta, a categoria tem sido bem resiliente perante a intransigência do GDF. A greve é o último recurso para sermos ouvidos, pois entendemos o desgaste que isso gera à população. Estamos do lado dos nossos pacientes”, destaca ela.
Segundo ela, há um sucateamento das estruturas dos hospitais público, o que é considerado o principal obstáculo para o trabalho dos médicos.
“Nossa principal motivação é a melhoria das nossas condições de trabalho para que a qualidade de saúde da população aumente. Nosso movimento é para pedir auxílio aos nossos pacientes que não são ouvidos pelo governo. O paciente que sofre sem atendimento no pronto-socorro, muitas vezes só tem a nós, médicos, como em testemunha de seus padecimentos”, conta Natália.
Outro ponto buscado pelos profissionais de saúde é a recomposição salarial, como forma de valorizar o trabalho dos médicos e evitar evasões. “Temos cada vez menos médicos trabalhando e aqueles que permanecem no serviço estão mais sobrecarregados. O médico na secretaria ganha menos que o médico na iniciativa privada, por isso os concursos não conseguem preencher as vagas”, explica a líder do movimento.
Apesar da paralisação, todos os serviços essenciais de saúde continuam funcionando. Não há previsão para o envio da proposta do governo, nem para o encerramento do estado de greve.
Multa
Na terça (24), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou o bloqueio de R$ 3,6 milhões do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF).
O valor é uma multa pelo descumprimento de uma decisão judicial que proibiu a greve da categoria.
Segundo o magistrado, o sindicato agiu de forma “consciente e voluntária” ao manter a paralisação, ignorando a ordem judicial.
A greve dos médicos foi proibida em agosto, mas a categoria continuou com a paralisação, resultando em uma multa de R$ 200 mil por dia.
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