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GDF pede mais tempo para negociar greve com médicos do SUS

GDF pede mais tempo para negociar greve com médicos do SUS

GDF pede mais tempo para negociar greve com médicos do SUS. Foto - Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O Governo do Distrito Federal (GDF) se reuniu na manhã desta sexta (27), no Palácio do Buriti, para negociar com os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a greve. No entanto, o governou pediu mais tempo para analisar os pedidos da categoria.

Na reunião, estavam presentes autoridades como o deputado Fábio Félix e o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz.

No dia 20 de setembro, os médicos decidiram suspender o movimento grevista por uma semana, aguardando contraproposta prometida pelo governo. A nova assembleia estava marcado para esta sexta.

Os profissionais de saúde reivindicam melhores condições de trabalho, mais contratações por meio de concurso público e recomposição salarial.

Ao todo, mais de 400 médicos estão envolvidos nas paralisações. O total representa menos de 10% do efetivo de médicos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SESDF).

Uma das médicas à frente da greve, Natália Matias, afirma que os médicos estão abertos ao diálogo, ao contrário do governo, que não cumpriu a promessa feita à categoria.

“Infelizmente não temos qualquer sinalização do governo sobre a contraproposta, a categoria tem sido bem resiliente perante a intransigência do GDF. A greve é o último recurso para sermos ouvidos, pois entendemos o desgaste que isso gera à população. Estamos do lado dos nossos pacientes”, destaca ela.

Segundo ela, há um sucateamento das estruturas dos hospitais público, o que é considerado o principal obstáculo para o trabalho dos médicos.

“Nossa principal motivação é a melhoria das nossas condições de trabalho para que a qualidade de saúde da população aumente. Nosso movimento é para pedir auxílio aos nossos pacientes que não são ouvidos pelo governo. O paciente que sofre sem atendimento no pronto-socorro, muitas vezes só tem a nós, médicos, como em testemunha de seus padecimentos”, conta Natália.

Outro ponto buscado pelos profissionais de saúde é a recomposição salarial, como forma de valorizar o trabalho dos médicos e evitar evasões. “Temos cada vez menos médicos trabalhando e aqueles que permanecem no serviço estão mais sobrecarregados. O médico na secretaria ganha menos que o médico na iniciativa privada, por isso os concursos não conseguem preencher as vagas”, explica a líder do movimento.

Apesar da paralisação, todos os serviços essenciais de saúde continuam funcionando. Não há previsão para o envio da proposta do governo, nem para o encerramento do estado de greve.

Multa

Na terça (24), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou o bloqueio de R$ 3,6 milhões do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF).

O valor é uma multa pelo descumprimento de uma decisão judicial que proibiu a greve da categoria.

Segundo o magistrado, o sindicato agiu de forma “consciente e voluntária” ao manter a paralisação, ignorando a ordem judicial.

A greve dos médicos foi proibida em agosto, mas a categoria continuou com a paralisação, resultando em uma multa de R$ 200 mil por dia.

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