Nesta terça-feira (8), o Senado Federal volta do recesso branco e deve sabatinar Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central.
A data foi definida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A expectativa é que a indicação seja votada a partir das 10h na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Se aprovado, o economista deve seguir para a apreciação dos demais senadores no Plenário.
Primeiramente, a maioria dos votantes na CAE e no Plenário precisa aprovar a indicação.
Caso o Senado dê sua aprovação, Galípolo comandará a instituição por quatro anos a partir de janeiro de 2025.
Em seguida, ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato no BC termina em 31 de dezembro.
A Constituição estabelece que o Senado deve aprovar toda indicação para a diretoria do Banco Central.
Além disso, a Lei Complementar 179, de 2021, originada de um projeto do senador Plínio Valério (PSDB-AM), garantiu a autonomia do Banco Central.
De acordo com essa lei, o BC é uma autarquia de natureza especial, sem vinculação a ministério ou subordinação hierárquica, com autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira.
Por fim, Plínio Valério comentou a sabatina ao Portal Norte e alertou:
“Há uma preocupação legítima quanto à transição de Roberto Campos Neto para a gestão de Galípolo, principalmente em relação à redução da taxa de juros sem que haja controle dos gastos públicos, o que poderia levar ao descontrole fiscal e à volta da inflação”.
O senador também relembrou os méritos da autonomia do Banco Central conquistada durante a gestão de Campos Neto.
“Graças à nossa lei da autonomia do BC, Campos Neto pôde conduzir uma política monetária bem-sucedida, com controle da inflação, sem interferência política. O PT e o presidente Lula, que fizeram campanha contra essa independência, agora colocam Galípolo na presidência, e precisamos questionar o que virá pela frente”, concluiu.
Quem é Gabriel Galípolo?
Gabriel Muricca Galípolo, de 42 anos, é um economista formado em Ciência Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Indicado de Lula votou a favor da manutenção da taxa de juros em 10,50% em junho e defende que essa mnutenção é uma decisão econômica.
Economista já foi presidente do Banco Fator, instituição reconhecida em programas de privatização e parcerias público-privadas (PPPs) de 2017 a 2021.
Gabriel fundou a Galípolo Consultoria, em 2009, onde trabalhou até chegar ao Ministério da Fazenda.
Atualmente, ele ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil.