Com a privatização da Rodoviária do Plano Piloto, prevista para ser iniciada no prazo de 90 dias, a população terá que se adaptar. A novidade promete melhorias na infraestrutura da principal estação de transporte da capital.

O governo do Distrito Federal (GDF) assinou, nesta terça (15), um contrato para a concessão da Rodoviária ao Consórcio Catedral, que será responsável por gerir o espaço pelos próximos 20 anos.

Vencedora do processo de licitação, o consórcio das empresas RZK Empreendimentos Imobiliários Ltda e Atlântica Construções, Comércio e Serviços Ltda. tem até 90 dias para iniciar as atividades de operação, manutenção e exploração da rodoviária.

As obras começam assim que os projetos forem aprovados. A Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob) esclareceu ao Portal Norte quais as mudanças esperadas para a nova gestão do espaço.

Com a novidade, os usuários poderão contar com investimentos em infraestrutura, modernização, segurança, iluminação e limpeza. A privatização visa trazer eficiência na gestão e mais serviços à comunidade.

“Os usuários terão uma rodoviária moderna, ágil, acessível, com escadas rolantes e elevadores que funcionam. A concessão prevê obras de recuperação, modernização, operação, manutenção e conservação, para melhorar a prestação dos serviços operacionais”, explica a pasta.

Passagem de ônibus

Entre as preocupações dos usuários, está a possibilidade de tarifas de transporte mais caras. A Semob garantiu que não há previsão de aumento das passagens para os usuários do transporte público coletivo do DF, que estão sem reajuste desde 2020.

Ambulantes e lojistas

Os vendedores ambulantes que comercializam roupas, objetos e diversos outros itens entre as plataformas dos ônibus, serão retirados da Rodoviária, pois o comércio irregular de mercadorias não será mais permitido.

“Não haverá mais os ambulantes oferecendo ou explorando comércio irregular e ilegal nas áreas de circulação dos usuários do transporte. Isso está impedido e vedado, inclusive no próprio edital”, ressaltou a Semob.

Já os ocupantes das lojas localizados no espaço terão a oportunidade de negociar a permanência diretamente com a empresa concessionária.

“Eles têm a preferência, mas terão que seguir as regras de mercado. A negociação será com a concessionária, mas é vedada a cobrança de joia, caução ou outras taxas para a permanência dos atuais comerciantes”, garantiu a pasta.

Estacionamento

Uma das principais novidades é que os estacionamentos do Conic e do Conjunto Nacional com cerca de 2.902 vagas, nas plataformas superior e inferior da rodoviária, passarão a ser rotativos e cobrados.

O preço previsto será de R$ 5 por hora, sendo permitida a permanência de no máximo 2 horas.

A concessionária também poderá cobrar taxa de acostamento, que será paga pelas empresas de ônibus para que os veículos estacionem nos boxes para o embarque e desembarque dos passageiros.

Os valores variam de R$2,70 a R$ 14,10 dependendo do tipo de ônibus, tempo de permanência no box, origem e destino.

Cronograma

A reforma da estrutura está prevista para ser concluída em até quatro anos, com investimentos estimados em cerca de R$54,9 milhões. Nos primeiros três anos, deverão ser investidos aproximadamente R$57,7 milhões na reforma do prédio.

A implantação de infraestrutura dos estacionamentos e do sistema operacional deverá custar aproximadamente R$7 milhões, com prazo de dois anos para execução.

As obras serão planejadas para ocorrer, sempre que possível, em horários de menor fluxo, especialmente à noite, minimizando os impactos para os usuários.

O processo da privatização começou em 2019, com a participação de técnicos do governo. A proposta passou por ajustes no Tribunal de Contas e debates na Câmara Legislativa.

Ela também foi validada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan).

A população participou durante todo o processo com colaborações e audiência pública.