Nesta quarta-feira (16) a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Houve bate-boca com deputados.
A ministra foi convidada para falar sobre incêndios florestais que atingiram o país nos últimos meses.
Marina defendeu mais recursos públicos permanentes e novas medidas de adaptação aos eventos extremos.
Além disso, disse que o cenário seria mais grave se o governo não tivesse retomado ações de combate ao desmatamento paralisadas no governo anterior, como o Fundo Amazônia e os planos de ação para prevenção e controle do desmatamento.
Marina destacou ainda que o governo federal estuda medidas para implementar uma estratégia nacional de enfrentamento a eventos climáticos extremos, que afetaram cerca de 1.942 municípios.
Durante mais de três horas de audiência, Marina Silva rebateu comentários do presidente do colegiado, deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES).
“Repudio a forma de vitimização que essa ministra adota aqui mais uma vez. Parabéns a quem a treinou para ter essa postura”, afirmou o deputado. Ele reclamou que a ministra não respondeu aos questionamentos e trouxe “uma retórica de militância”.
Em defesa da ministra, o deputado Nilto Tatto (PT-SP), declarou que a oposição deveria “fazer exame de consciência” pelos projetos que defende no Congresso.
Segundo ele, esses projetos apenas agravam a crise climática.
“Que a justiça condene e esclareça quem está por trás dos incêndios criminosos, porque os mais pobres e os agricultores familiares são os que mais sofrem com isso. Aqueles que trabalham aqui [no Congresso] para aprovar mudanças na APP e na Lei de Barragens – boa parte da oposição – não estão ajudando o agronegócio, que já sofre com as mudanças climáticas”, destacou Tatto.
Além disso, Marina Silva rebateu a acusação de ser “inimiga do agronegócio”, afirmando que luta por um meio ambiente equilibrado, essencial para a produção agrícola.
Capacho
Em seguida, a deputada Julia Zanatta afirmou que Marina não tinha provas para culpar setores do agronegócio.
Ela questionou: “Quais são as provas que sustentam sua argumentação para colocar essa culpa nos produtores rurais?”.
Marina respondeu que havia apresentado as provas. A deputada se irritou e insinuou que Marina é “capacho” de ONGs ambientais:
“A senhora não é capacho de ONG?”, acusou a deputada.
Marina respondeu que “Capacho é quem faz discurso de encomenda. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda para lacrar. E vem aqui fazer acusações inverídicas. Isso é ser capacho.”