O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, representará o presidente Luiz Inácio Lula na cúpula do Brics, em Kazan, na Rússia. Ele embarca neste domingo (20).
A pasta afirmou em nota que o ministro embarca esta noite para participar da reunião. O evento ocorrerá de 22 a 24 de outubro.
Lula cancelou a viagem após sofrer uma queda no Palácio da Alvorada.
De acordo com o Planalto, Lula está com um “impedimento temporário para viagens de avião de longa duração”.
Além disso, o presidente irá participar da Cúpula dos Brics por meio de videoconferência e terá agenda de trabalho normal essa semana em Brasília, no Palácio do Planalto.
Segundo o boletim médico do Hospital Sírio-Libanês. “Após avaliação da equipe médica, foi orientado evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Permanece sob acompanhamento de equipe médica, aos cuidados do Prof. Dr Roberto Kalil Filho e Dra Ana Helena Germoglio”.
Ainda segundo o hospital, Lula tem um “ferimento corto-contuso em região occipital” – ou seja, um corte na nuca.
Cúpula do Brics
Os líderes do Brics se reúnem em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro, para definir critérios para que outros países se associem ao bloco como parceiros.
Entre os critérios estão a defesa da reforma da ONU, especialmente do Conselho de Segurança, ter relações amigáveis com os membros atuais, como Rússia, China e Irã, e não apoiar sanções econômicas sem autorização da ONU.
Segundo o Itamaraty, a negociação desses critérios está avançada.
Além disso, várias nações demonstraram interesse em se unir ao Brics como parceiros associados.
Atualmente, o grupo tem dez membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
O embaixador brasileiro Eduardo Saboia destacou a importância da representação geográfica entre os critérios. Ele comentou que algumas regiões estão sub-representadas no Brics, enquanto outras estão mais representadas.
Por fim, o representante do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para o Brics enfatizou que os países associados devem apoiar a reforma da ONU e não impor sanções sem autorização do Conselho de Segurança.
Eduardo Saboia ressaltou a importância de uma posição proativa na reforma do Conselho de Segurança, algo defendido por Brasil, Índia e África do Sul.