O Zoológico de Brasília informou, nesta quarta-feira (23), a morte de um filhote de anta vítima do incêndio que destruiu 1473 hectares de vegetação do Parque Nacional no mês passado.

O bicho estava em tratamento na instituição desde 18 de setembro, quando foi resgatado e chegou com um quadro grave de desnutrição, sinais de inalação de fumaça e queimaduras severas nas quatro patas.

Com o passar do tempo, o animal teve melhoras e conseguiu ganhar peso. Ele se alimentava de folhas colhidas, legumes, frutas e bebia bastante água.

Diante da resposta positiva ao tratamento, os veterinários acreditavam que a anta se recuperaria das lesões.

Apesar de todo o esforço e cuidado, ela não resistiu. Nas redes sociais, o Zoológico de Brasília destacou que a morte do filhote mostra a importância da preservação do Cerrado.

“A perda desse animal que ainda teria uma longa trajetória no nosso cerrado, nos alerta para a gravidade das ameaças que a nossa biodiversidade enfrenta todos os dias. A redução e a fragmentação do Cerrado e as queimadas que devastaram o Distrito Federal, nos mostram a missão de continuar protegendo nossa fauna”, diz a publicação.

Outros animais vítimas de queimadas no Parque Nacional estão em tratamento no Zoológico. Entre eles há dois tamanduás-bandeira e um urubu.

“Estamos certos de que continuaremos empenhados na missão de receber e cuidar de todos os animais que chegam até nós, para que eles tenham uma nova oportunidade de retornar ao seu ambiente a que pertencem”, concluiu a instituição.

A causa da morte será investigada pela Universidade de Brasília, que fará exame de necrópsia.

Vida selvagem

O fogo no Parque Nacional de Brasília gerou impacto na vida selvagem. Uma grande quantidade de animais foram vítimas das queimadas.

De acordo com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), 818 animais foram resgatados e levados ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus).

Desses, 273 são mamíferos, 524 são aves e 21 são répteis, todos com diferentes necessidades de atendimento.