Nesta quarta-feira (30), Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, fez declarações no tribunal que julga os acusados de matar sua irmã Marielle e Anderson Gomes.
Os asassinos, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, enfrentam o primeiro dia de julgamento em tribunal público no Rio de Janeiro.
Ela afirmou à imprensa durante protesto em frente ao tribunal, que “justiça seria eles estarem aqui”.
Anielle Franco afirmou que a sociedade não está habituada a ver justiça. Além disso, destacou o sofrimento pela morte de sua irmã, assassinada ao lutar contra a violência:
“A gente infelizmente está numa sociedade e num país que não está acostumado a ver justiça”. São quase sete anos de muita dor, de um vazio, de uma mulher que lutava exatamente contra isso e que foi assassinada da maneira que foi.”
Adicionalmente, ontem a ministra escreveu nas redes sociais que “a realização do tribunal do júri, de um crime covarde contra uma vereadora democraticamente eleita, é um momento que marca a luta contra a impunidade e a violência política de gênero e raça no Brasil. Mari fez por nós, fez por mim e nós fizemos sucesso por ela e pelo Anderson”.
Julgamento
O julgamento deve se estender até quinta-feira (31), e pode condenar os réus em até 84 anos de prisão.
Durante a audiência, os réus prestarão depoimento. Em seguida, defesa e acusação discutirão o processo.
Por fim, os réus estão presos em unidades fora do estado do Rio de Janeiro e participarão da sessão por videoconferência.
Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo da Papuda, em Brasília.