A economia do Distrito Federal teve um aquecimento no segundo trimestre de 2024. O volume de vendas do comércio varejista mostrou um crescimento de 2,7%, impulsionado pela queda nas taxas de juros e pela ampliação do acesso ao crédito.

Os dados são do Boletim de Conjuntura do DF, divulgado nesta terça (5) pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF).

Os feriados durante esse período, de maio a julho, como o do Dia das Mães, Dia dos Namorados e as festas juninas, contribuíram para o aumento de vendas de alguns setores específicos.

O setor de serviços também registrou aumento, embora de maneira mais moderada.

As áreas que mais movimentaram a economia local foram as de serviços profissionais, administrativos e complementares, além dos serviços de informação e comunicação.

A 29ª edição do boletim oferece uma visão ampla dos principais indicadores econômicos locais, nacionais e internacionais, auxiliando na compreensão do comportamento da economia do DF.

Inadimplência

No mercado de crédito, as operações com pessoas físicas apresentaram um saldo positivo e a inadimplência das famílias caiu, refletindo uma melhora na capacidade de pagamento da população.

No mercado de trabalho, apesar da taxa de desemprego estável em 15,7%, o setor formal criou mais de 11 mil postos de trabalho, especialmente em áreas como saúde, serviços sociais, administração e comércio.

“Destacamos o aumento no rendimento médio do trabalho, em relação ao mesmo período de 2023, representando um resultado positivo para os trabalhadores, em função do maior aquecimento da economia”, explicou a diretora de Estatística e Pesquisa Socioeconômica, Francisca Lucena.

No entanto, a pesquisa mostra que houve uma desaceleração na criação de empregos trimestrais, com queda na taxa de participação da população no setor privado e público.

Veja mais dados:

Ocupações do setor privado e público: -2,9%

Ocupações autônomas: +4,7%

Empregado doméstico: +15,9%

Inflação

Apesar do avanço, o boletim aponta para alguns desafios, como o aumento da inflação, que acelerou no período, posicionando o DF em quarto lugar entre as maiores taxas regionais de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil.

A alta foi motivada por reajustes nos preços de gasolina, tarifas de água e esgoto, planos de saúde e alimentos, impactando mais intensamente as famílias de baixa renda.

“A economia do DF foi influenciada pela dinâmica internacional e nacional, com destaque para as enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram os preços dos alimentos e os índices de inflação”, comentou a coordenadora de Análise Econômica e Contas Regionais do IPEDF, Adrielle Dias.