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Comunidade do DF pede CAPS infanto-juvenil

Moradores, autoridades e especialistas estiveram na audiência - Foto: Carlos Gandra/CLDF

Moradores, autoridades e especialistas estiveram na audiência - Foto: Carlos Gandra/CLDF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou, nesta segunda-feira (11), uma audiência pública na Administração Regional do Riacho Fundo para debater a criação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) voltado para crianças e adolescentes do Riacho Fundo 1 e 2.

A comunidade pediu um espaço especializado em atendimento psicossocial para jovens vulneráveis, visando facilitar o acesso ao tratamento em saúde mental nessas regiões.

O deputado Fábio Félix (PSOL), que propôs a audiência, trouxe à tona os desafios que as famílias enfrentam pela falta de infraestrutura e políticas públicas em saúde mental.

“Depois da pandemia da Covid, passamos por uma nova pandemia de saúde mental. Cerca de 25% da população consegue ser atendida em clínicas privadas, mas os 75% restantes da população precisam do SUS. O problema é que há uma dificuldade enorme dos próprios servidores de permanecer no serviço de saúde mental, pois não há sequer uma gratificação para quem trabalha com saúde mental. Há um déficit de psiquiatras muito grande na rede de saúde. Além disso, são pouquíssimos os CAPS espalhados pelas cidades. É preciso encontrar uma solução para fortalecer o sistema e ampliar o acesso,” destacou Félix.

Durante o evento, o deputado Hermeto (MDB) prometeu levar a demanda ao governador Ibaneis Rocha, destacando a necessidade de políticas de incentivo para atrair profissionais à saúde mental.

“Tem que haver algum incentivo para quem trabalha na saúde mental, senão vamos ficar enxugando gelo. Vamos fazer os CAPS, mas onde estão os profissionais? Precisamos de uma política para atrair os profissionais. Vou levar esse problema crônico ao governador,” reforçou Hermeto.

Moradores relataram o desafio de buscar atendimento psicossocial fora do Riacho Fundo, enfrentando altos custos e a falta de transporte público adequado.

A juíza Fabriziane Zapata, do Núcleo Judiciário da Mulher do TJDFT, alertou sobre os impactos dessa falta de suporte na vida de crianças que crescem em lares violentos. “Se esse jovem não tem atendimento enquanto criança ou adolescente, não há o que esperar dele no futuro a não ser entrar para a criminalidade,” ressaltou.

Ao fim da audiência, representantes da comunidade, parlamentares e conselheiros tutelares formaram uma comitiva para levar a demanda ao Governo do Distrito Federal, buscando soluções concretas para criar o CAPS infanto-juvenil no Riacho Fundo.

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