O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou, nesta quinta-feira (14), que as explosões no Supremo Tribunal Federal (STF) não são “fatos isolados” e que há indícios de uma conexão com o ato golpista de 8 de janeiro.
O diretor da PF citou uma mensagem escrita no espelho da residência do homem-bomba Francisco Wanderley Luiz que fazia menção à pichação da estátua da Justiça, feita em 8 de janeiro.
“A pichação mostra a vinculação de grupos radicais que culminam nessa barbárie que aconteceu ontem, a tentativa de matar os ministros da Suprema Corte, e também, que culminou no lamentável episódio do suicídio”, explicou Andrei Rodrigues.
A declaração foi feita em entrevista coletiva na sede da PF, em Brasília. As investigações estão sendo conduzidas sob a hipótese de terrorismo e contam com “indícios de um planejamento em longo prazo”.
“Essa pessoa já esteve em Brasília em outras oportunidades, inclusive segundo relatos de familiares, estava em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo para dizer se houve participação direta ou não no ato de 8 de janeiro, isso a investigação apontará”, destacou o diretor da PF.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as explosões em Brasília, que será enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes para avaliação.
Explosão
Duas explosões ocorreram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (13), e resultaram na morte de um homem.
O “homem-bomba”, identificado como Francisco Wanderley Luiz, é ex-candidato a vereador pelo partido nas eleições municipais de 2020, em Rio do Sul (SC).
Ele ativou explosivos no corpo e se suicidou ao lado da estátua da Justiça, localizada em frente ao prédio da Suprema Corte.
De acordo com o diretor da PF, o homem tinha um extintor de incêndio carregado com gasolina para simular um lança chamas.
No porta-malas do carro, que também explodiu e foi parcialmente incendiado, havia fogos de artifício montados em tijolos.
Itens utilizados
Segundo a PF, o suspeito usou bombas que se assemelhavam à granadas, “bombas-tubo”, bombas de acionamento remoto, fogos de artifício (no carro, com tijolos de apoio) e artefato que lembra um lança chamas.
Agentes fizeram buscas na casa utilizada por ele, em Ceilândia, no trailer e no carro. Os policiais encontraram uma caixa enterrada, que está sendo periciada.