O cenário de preocupação persiste em Rio Branco com o nível do Rio Acre atingindo uma marca alarmante de 16,88 metros na medição das 9h desta quinta-feira (28), conforme dados divulgados pela Defesa Civil Municipal.
Um aumento de 43 centímetros em apenas 24 horas, elevando o número de pessoas afetadas pela enchente na capital para mais de 61 mil.
Nas últimas 24 horas, a cidade registrou uma precipitação de 8,2 milímetros, contribuindo para um acumulado de chuvas em fevereiro que já ultrapassa em 48,4% a média esperada para o mês, totalizando 452,6 milímetros.
Com a crescente subida das águas, Rio Branco se mobiliza para atender às necessidades dos desabrigados e desalojados.
Dez abrigos foram montados em escolas e no Parque de Exposições, conforme informou o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil Municipal.
O número de famílias desabrigadas já chega a 557, totalizando 2.104 pessoas, além de aproximadamente 4,1 mil indivíduos que precisaram deixar suas residências em busca de abrigo com parentes.
A situação se agrava com o aumento do número de bairros atingidos, que passou de 37 para 45, conforme a última atualização. Além disso, 18 comunidades rurais sofrem os efeitos das enchentes, sendo que quatro encontram-se isoladas.
“Agravamos a situação devido ao aumento do nível do rio. Prevemos que esse cenário persista ou se agrave nas próximas horas. O ritmo de subida é de aproximadamente dois centímetros por hora, e além da água proveniente do Alto Acre, também temos o Riozinho do Rôla, que está contribuindo para o aumento do volume do Rio Acre”, destacou Falcão.
O nível do Rio Acre se aproxima das maiores cotas já registradas em anos anteriores, sendo a de 2015 a maior já registrada.
Maior enchente no Acre
Em 4 de março de 2015, o Rio Acre alcançou uma marca histórica ao atingir a maior cota já registrada, 17,88 metros.
Naquele momento crítico, mais de 100 mil pessoas foram afetadas pelo avanço das águas, levando o Governo Estadual a decretar situação de emergência e estado de calamidade pública, medidas prontamente reconhecidas pelo Governo Federal.
O manancial permaneceu 32 dias acima da cota de alerta, estabelecida em 13,50 metros.