Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, 25, revelou que cresceu a segurança alimentar em Roraima.
Segundo o IBGE, no quarto trimestre de 2023, tendo como referência os três meses anteriores à data de realização da pesquisa, dos 181 mil domicílios particulares permanentes, 63,8% (116 mil) estavam em situação de segurança alimentar em Roraima.
Essa proporção cresceu 11,4 pontos percentuais frente à última pesquisa do Instituto que investigou o tema em todos os estados, em 2009.
Na época, o IBGE mostrou que havia encontrado 52,4% dos domicílios roraimenses em situação de segurança alimentar.
No entanto, 66 mil domicílios (36,2%) foram afetados por algum grau de insegurança alimentar. A forma mais grave englobava cerca de 12 mil domicílios (6,6%).
Grau de insegurança alimentar em Roraima
No último trimestre do ano passado, 36,2% (66 mil) dos domicílios particulares em Roraima estavam com algum grau de insegurança alimentar, sendo que 21,7% (39 mil) enquadraram-se no nível leve, 7,8% (14 mil) no moderado e 6,6% (12 mil) no grave.
A proporção de domicílios com insegurança alimentar leve, moderada e grave recuaram 7,2, 3,4 e 0,9 pontos percentuais (p.p.) frente ao estudo de 2009.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 23, foi realizada por meio de uma parceria entre o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
O levantamento teve como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.
Insegurança alimentar é mais presente nas regiões Norte e Nordeste
Apesar de apresentarem mais da metade dos moradores com acesso pleno e regular aos alimentos, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, as regiões Norte (60,3%) e Nordeste (61,2%) tiveram as menores proporções de domicílios particulares em segurança alimentar.
Esses valores correspondem, em número de domicílios, a 3,6 milhões no Norte e 12,7 milhões no Nordeste.
O Sul foi a região com maior participação de domicílios em segurança alimentar (83,4%), com cerca de 9,7 milhões de residências nessa situação.
Neste sentido, as regiões Centro-Oeste (75,7%) e Sudeste (77,0%) também tiveram bem mais que a metade dos seus domicílios em segurança alimentar.
De acordo com o IBGE, o quadro de insegurança alimentar leve foi observado em aproximadamente 25% dos domicílios particulares nas regiões Norte (23,7%) e Nordeste (23,9%).
O dado indica uma grande quantidade de moradores vivendo com preocupação ou incerteza da manutenção do acesso aos alimentos, o que pode comprometer a qualidade da dieta e a sustentabilidade alimentar da família.
Dessa forma, as proporções de insegurança alimentar moderada e grave também foram maiores no Norte e no Nordeste.
O Norte (7,7%) teve cerca de quatro vezes mais domicílios convivendo com restrição severa de acesso aos alimentos, ou seja, com insegurança alimentar grave, quando comparado ao Sul (2,0%).
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram as áreas com percentuais mais elevados de domicílios particulares, com prevalências de insegurança alimentar grave de 7,7%, 6,2% e 3,6%, respectivamente.
Em 2023, o Pará foi o estado que apresentou a maior proporção de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave (20,3%), um em cada cinco domicílios, com Sergipe (18,7%) e Amapá (18,6%) em seguida.
No sentido oposto, segundo o Instituto, Santa Catarina (3,1%), Paraná (4,8%), Espírito Santo (5,1%) e Rondônia (5,1%) tiveram os menores percentuais.
No âmbito nacional, 9,4% dos domicílios estavam em insegurança alimentar moderada ou grave.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística