As variações dos rios do Amazonas afetam diretamente quem trabalha com embarcações. Com a seca, proprietários de barcos já sentem os primeiros efeitos, como dificuldades para navegar, principalmente, na região Sul do estado.
Conforme a Defesa Civil do Amazonas, a seca deste ano pode ser igual ou pior a de 2023, quando comunidades ficaram completamente ilhadas.
Do dia 1º até 31 de julho, o nível do rio Negro desceu cerca de 1,62 metros, conforme a medição do Porto de Manaus. Apesar da rápida descida, ainda não é possível sentir os efeitos da seca na orla de Manaus.
No entanto, a situação é diferente para quem navega no Sul do Amazonas. O comandante Geraldo Rodrigues possui uma embarcação com a capacidade de transportar cerca de 600 toneladas. Com a seca, ele afirma que deve substituir por outro barco.
No rio Japurá, a situação é ainda mais preocupante. O proprietário de uma lancha a jato, Vilkison da Costa, afirmou que navega nas águas apenas com a utilização do GPS e batímetro.
“Nesta época aparece muita praia do nada. Nós usamos muito o GPS, principalmente o sonar, porque qualquer coisa ele alarma. É com ele que seguimos nosso rumo até Japurá”, salientou Vilkison.
Com mais de 25 anos de experiência em navegação na bacia do Tarumã-Açu, o comandante marítimo José da Silva avalia que o nível da água continua dentro da normalidade.
Ao mesmo tempo, teme que a seca deste ano seja mais severa do que a de 2023: “Se acontecer [a seca], vou ficar meses sem trabalhar”, afirmou.
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* Com colaboração de Paulo Paixão, repórter da TV Norte Amazonas