O Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mapeou mais de 8 mil localidades indígenas em todo o Brasil.
O estado do Amazonas lidera com 2.571 localidades, o que representa 30% do total nacional. Em seguida, estão o Mato Grosso (924 localidades), o Pará (869) e o Maranhão (750).
As localidades indígenas são definidas como lugares com aglomerados permanentes de 15 ou mais moradores indígenas, tanto em áreas urbanas quanto rurais.
Isso inclui aldeias, comunidades, sítios, acampamentos e outras formas de organização dessas populações.
Do total de 8.568 localidades mapeadas, 71,55% estão em terras indígenas declaradas, homologadas ou regularizadas. Já 28,44% se encontram fora dessas áreas.
O Amazonas também se destaca na quantidade de localidades indígenas fora de terras indígenas, com 1.077, seguido por Pernambuco (237), Pará (187), Ceará (159) e Bahia (138).
População indígena em áreas urbanas
A população indígena em áreas urbanas aumentou significativamente de 2010 a 2022, passando de 324.834 para 914.746 pessoas, o que representa um crescimento de 181,6%.
Isso corresponde a 53,97% do total de indígenas no país, enquanto a população indígena em áreas rurais somou 780.090 pessoas, representando 46,03%.
Segundo Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, esse aumento se deve não apenas ao crescimento demográfico, mas também aos aprimoramentos metodológicos do Censo 2022, que permitiram uma melhor captação da população indígena, especialmente nas áreas urbanas.
Os estados com os maiores percentuais de indígenas vivendo em áreas urbanas em 2022 foram Goiás (95,52%), Rio de Janeiro (94,59%) e Distrito Federal (91,84%).
Por outro lado, os estados com maior presença indígena em áreas rurais foram Mato Grosso (82,66%), Maranhão (79,54%) e Tocantins (79,05%).
No total, 4.833 dos 5.570 municípios do Brasil possuem população indígena. No Amazonas, 95,16% dos municípios registraram redução na presença de indígenas em áreas rurais.
Situação semelhante foi observada em Roraima e Acre, onde também houve perdas de população indígena nas zonas rurais.
*Com informações do IBGE e Agência Brasil