A pesquisa científica analisa o papel das florestas na redução dos efeitos das secas no Amazonas.
O projeto identificou que durante as secas, as florestas em lençol freático superficial com menor profundidade emitem menos carbono do que aquelas mais profundas.
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A profundidade compreende a distância entre a superfície do solo e a camada de água subterrânea, que é acumulada nas rochas do meio subterrâneo.
O projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os dados do estudo apontaram uma mudança líquida de carbono negativo, que é quando a meta de emissão de carbono é superada.
Os resultados indicam que estas florestas atuaram como fontes de carbono para atmosfera durante o período.
O cenário destaca a importância da conservação das florestas e das áreas de lençol freático superficial, a fim de compensar as emissões de carbono e reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Sobre a pesquisa
O projeto científico é desenvolvido pela doutora em Biologia, Thaiane Rodrigues de Sousa, integrante da coordenação de Biodiversidade (CBio) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A pesquisa da doutora em Biologia é intitulada de “Refúgios hidrológicos na Amazônia: o papel das florestas sobre lençol freático superficial na mitigação dos efeitos de secas intensas”.
As descobertas contam com a colaboração de pesquisadores do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e da Rede Amazônica de Inventários Florestais (Rainfor).
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Lençol freático
Durante períodos de seca, quando o volume de chuva fica menor, o lençol freático funciona como uma importante fonte de água.
Segundo a doutora, a pesquisa mostra que “não apenas a profundidade média do lençol freático modifica os efeitos das secas, mas também há um impacto da flutuação temporal do lençol freático”.
Os resultados apontam que as florestas onde a flutuação do lençol freático ao longo do ano é mais alta, ocorre também o menor crescimento de árvores e a maior mortalidade de biomassa.
“Florestas sobre lençol freático superficial não apresentaram aumento na mortalidade de caules e de biomassa lenhosa durante este período. Já florestas localizadas em lençol freático com profundidade entre 5 e 10m apresentaram elevada mortalidade de caules e de biomassa”, reforçou Thaiane.
Isso significa a perda de matéria orgânica originada dos restos de animais e vegetais, sendo utilizada como fonte para a geração de energia.
A pesquisa ainda aponta que para ter uma melhor análise é necessário avaliar outros fatores ligados ao desenvolvimento da floresta.
Outras variáveis, além da profundidade, é a textura, temperatura, déficit hídrico climatológico e fertilidade do solo.
*Sob supervisão de Francisco Santos