Um trabalho inédito liderado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) investiga a existência de terremotos profundos na Amazônia Ocidental. A pesquisa conta com a participação de mais sete instituições e quer detalhar a origem destes tremores.
Apesar de serem menos frequentes e intensos que os terremotos superficiais, estes eventos sísmicos podem fornecer informações valiosas sobre o interior da terra.
O objetivo é compreender a estrutura geológica da placa de Nazca e desvendar a causa dos terremos em profundidades que variam entre 550 e 650 quilômetros.
Com um nome originário da cidade inca, a placa de Nazca é uma placa tectônica situada à oeste da América do Sul, ao lado dos Andes, e tem uma área de 15,5 milhões de quilômetros quadrados.
“Esses terremotos são um fenômeno bem intrigante, pois não deveriam acontecer nessas profundidades. Há apenas uma dúzia de zonas no planeta com esse tipo de terremoto”, disse o pesquisador Jordi Julià Casas ao UOL.
Ainda de acordo com os pesquisadores, a área registra os terremotos de maior magnitude no Brasil, mas, graças à sua grande profundidade, não são destrutivos.
Em 20 de janeiro, foi registrado o maior terremoto da história do país, com magnitude 6,6 graus na Escala Richter, no município de Tarauacá (AC), a 614,5 km de profundidade.
Pesquisa capta tremores na Amazônia
A iniciativa tem colaboração do Observatório Nacional (ON), que disponibiliza equipamentos e conhecimentos na área de sismologia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para que consigam captar os tremores, os cientistas instalaram uma rede sismógrafos em diversas localidades da região Amazônia.
Os equipamentos captam as vibrações do solo causadas pelos terremotos, permitindo que os pesquisadores analisem a propagação das ondas sísmicas e construam modelos tridimensionais da estrutura interna do planeta.
Assim, os dados coletados também serão utilizados para aprimorar os sistemas de alerta precoce de terremotos na área, beneficiando a população e gestores públicos.
*Com informações do portal UOL.
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