Nos últimos dias, o consumo de ovos de tênia tem gerado grandes discussões nas redes sociais, especialmente devido à venda ilegal desses ovos em pílulas pela dark web, prometendo emagrecimento. No entanto, especialistas alertam que essa prática é extremamente perigosa e pode resultar em sérios problemas de saúde, até mesmo risco de morte.
A tênia, popularmente conhecida como “solitária”, é um parasita intestinal em forma de fita que pode se alojar no intestino delgado do ser humano. Ela se alimenta dos nutrientes extraídos da digestão, prejudicando a saúde do hospedeiro.
Tipos de tênia
Existem duas espécies principais de tênias que afetam os seres humanos: Taenia solium (tênia do porco) e Taenia saginata (tênia do boi). Esses parasitas geralmente são transmitidos através do consumo de carne mal cozida ou crua de bovinos e suínos contaminados.
Sendo assim, após a ingestão dos ovos da tênia, que podem ser encontrados nas fezes humanas, o ciclo de vida do parasita se reinicia.
Em cerca de 60 dias, a tênia libera milhares de ovos, que podem sobreviver por longos períodos no ambiente, contaminando novamente animais, como porcos e vacas, ao serem ingeridos. Esses animais podem ser abatidos e se tornar alimento para os humanos, reiniciando o ciclo de contaminação.
O consumo de ovos de tênia pode levar a doenças graves, como a teníase, uma infecção intestinal que causa desconforto, dores abdominais e problemas digestivos. No entanto, o risco maior está na neurocisticercose, uma condição em que as larvas do parasita chegam ao cérebro, causando sintomas como convulsões, fortes dores de cabeça, cegueira temporária e até a morte.
Como prevenir a contaminação por tênia?
Para evitar a contaminação por tênia e outras doenças parasitárias, o Ministério da Saúde oferece algumas orientações de prevenção:
- Cozinhe bem as carnes: Certifique-se de que as carnes de porco e bovino estejam bem cozidas e adquiridas em locais confiáveis, supervisionados pela Vigilância Sanitária.
- Evite consumo de alimentos e água contaminados: Beba apenas água filtrada ou fervida e lave bem as verduras e frutas antes de consumi-las.
- Saneamento básico: Destine corretamente as fezes humanas, através de fossas sépticas ou rede de esgoto, e evite criar porcos ou outros animais perto de fontes de contaminação.
- Higiene pessoal: Lave bem as mãos antes de se alimentar, preparar alimentos ou após usar o banheiro.
- Realize exames periódicos: Visite regularmente os serviços de saúde para exames de fezes, a fim de detectar possíveis infecções.
Com informações do O Globo.