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Tempestades estão derrubando mais árvores na Floresta Amazônica

O desmatamento na Amazônia Legal apresentou uma queda de 10,6% neste mês. Foto: Reprodução Agência Brasil

Amazônia. Foto: Reprodução Agência Brasil

Nova pesquisa mostra que além do impacto contínuo do desmatamento, a Floresta Amazônica enfrenta outra grave ameaça: o aumento das tempestades, que está destruindo áreas significativas da vegetação nativa. De acordo com uma pesquisa recente, as mudanças climáticas globais estão intensificando as chamadas tempestades convectivas, fenômenos caracterizados por fortes ventos que podem causar danos expressivos na floresta.

O estudo, conduzido com auxílio de dados de satélites, criou um banco de dados que documenta o impacto desses eventos climáticos entre 1985 e 2020. Os resultados são alarmantes: o número de tempestades na Amazônia aumentou quase quatro vezes nesse período.

Em 1985, foram registrados 78 eventos de grandes ventos, afetando aproximadamente 6.900 hectares. Em 2020, o número saltou para 264 eventos, com danos em mais de 32.170 hectares.

Essas tempestades convectivas ocorrem quando bolhas de ar quente sobem rapidamente na atmosfera, formando ventos potentes capazes de arrancar árvores inteiras. Esse tipo de fenômeno pode comprometer seriamente a biodiversidade e a estrutura da floresta, o que preocupa especialistas pela grande área afetada.

As tempestades convectivas não só danificam a vegetação, mas também prejudicam o ecossistema como um todo, pois afetam habitats e reduzem a capacidade de absorção de CO₂ da floresta.

Estudo utilizou dados de satélites

A maior parte dessas tempestades intensas foi registrada na região central e ocidental da Amazônia. Um dos episódios mais severos destruiu uma área de mais de 2.500 hectares. Publicado na revista científica AGU Advances, o estudo evidencia uma tendência preocupante de aumento na frequência e intensidade de tempestades na região, o que está relacionado ao aquecimento global.

Os cientistas pretendem agora investigar mais detalhadamente a dinâmica dos ventos e seus efeitos na Amazônia, aproveitando os avanços na tecnologia de imagens de satélite. Com uma resolução cada vez mais apurada, espera-se que novos fenômenos climáticos menores, mas igualmente impactantes, possam ser detectados, contribuindo para uma análise ainda mais abrangente dos riscos ambientais.

O cenário exige atenção urgente, já que as tempestades convectivas exacerbam o já frágil equilíbrio da Amazônia, onde o desmatamento e as mudanças climáticas se combinam para colocar em risco um dos ecossistemas mais importantes do planeta.

Com informações do Olhar Digital.

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