Uma equipe de pesquisadores identificou uma nova espécie humana extinta há cerca de 200 mil anos, na China. O Homo juluensis, como foi nomeado a espécie descoberta, possuía características físicas distintas, como crânios largos, grandes cabeças e dentes imponentes.

Essa espécie ancestral, que habitava pequenos grupos, provavelmente desapareceu com a migração dos seres humanos modernos para a Europa e Ásia, cerca de 120 mil anos atrás.

A descoberta da nova espécie é fruto de estudos realizados sobre os restos fossilizados de 16 indivíduos, encontrados juntamente com milhares de ferramentas de pedra e ossos de animais. Os pesquisadores, provenientes da Universidade de Honolulu e da Academia Chinesa de Ciências, sugerem que o Homo juluensis era um caçador habilidoso e também confeccionava vestimentas com peles de animais.

Uma das descobertas mais impressionantes foi a constatação de que os crânios dessa espécie eram maiores do que os dos neandertais e dos humanos modernos (Homo sapiens). Contudo, os cientistas alertam que o tamanho dos crânios não significa, necessariamente, maior inteligência.

As conclusões foram publicadas recentemente na prestigiada revista Nature.

Por que a nova espécie descoberta foi extinta?

Os pesquisadores acreditam que o Homo juluensis se desenvolveu em parte por meio de cruzamentos genéticos com o Homo sapiens, durante o período Quaternário Tardio, que começou há cerca de 300 mil anos. Esse período foi marcado por intensas mudanças climáticas e episódios glaciais, que influenciaram a evolução das espécies humanas.

A sobrevivência do Homo juluensis foi provavelmente dificultada pelas condições climáticas adversas, já que vivia em pequenos grupos e estava vulnerável ao frio e à aridez.

Essa fragilidade populacional pode ter sido um fator importante para o seu desaparecimento, em contraste com a maior adaptabilidade e expansão dos humanos modernos.

Além disso, a descoberta sugere semelhanças genéticas entre o Homo juluensis e os denisovanos, outra espécie humana extinta, cujos restos também foram encontrados na Ásia. O estudo dessas populações antigas oferece novas perspectivas sobre a diversidade da humanidade pré-histórica e como diferentes grupos interagiram e se adaptaram às mudanças ambientais.

Essa nova espécie, o Homo juluensis, é mais uma peça no quebra-cabeça da evolução humana, e o estudo de suas características e trajetória oferece importantes insights sobre a complexidade da nossa história evolutiva.

Com informações do Olhar Digital.