Os casais LAT (Living Apart Together), ou “vivendo juntos, em casas separadas”, estão ganhando popularidade, especialmente na Europa.
Eles representam uma nova forma de relacionamento que desafia a ideia tradicional de coabitação. Neste modelo, os parceiros escolhem manter suas vidas conjugais de maneira independente.
Ou seja, vivendo em lares separados, mas mantendo o compromisso afetivo. Esse tipo de relação está crescendo rapidamente, principalmente entre aqueles que buscam intimidade e autonomia.
O que são os casais LAT?
Os casais LAT são formados por pessoas que, embora estejam em um relacionamento amoroso, optam por viver em residências separadas.
Esse modelo não é resultado de dificuldades financeiras ou de questões geográficas. Pelo contrário, é uma escolha deliberada dos casais.
Esses casais desejam preservar suas individualidades enquanto mantêm o relacionamento. Alguns moram próximos, até na mesma rua ou bairro, enquanto outros optam por viver a uma distância maior.
Essa nova dinâmica rompe com a tradicional ideia de que o casamento ou relacionamento sério exige a coabitação.
Com a modernidade, muitos casais percebem que podem manter uma relação saudável e duradoura sem a necessidade de dividir o mesmo teto.
Este estilo de vida tem ganhado adeptos principalmente em países como França, Espanha, Reino Unido e Canadá, onde é visto como uma maneira prática de reduzir conflitos cotidianos.
Por que eles optam pelo modelo LAT?
A principal motivação para os casais LAT é a busca por mais harmonia e menos brigas no relacionamento.
Muitos acreditam que viver juntos pode intensificar atritos, especialmente em questões relacionadas à rotina doméstica.
O espaço individual que cada parceiro mantém em suas respectivas casas oferece a possibilidade de gerir as suas próprias vidas de maneira autônoma.
Além disso, a privacidade é um fator importante para esses casais.
A capacidade de ter um espaço pessoal, onde cada um pode relaxar e se desconectar sem a presença constante do parceiro, contribui para a saúde mental e emocional do relacionamento.
Isso permite que o tempo juntos seja mais agradável e focado em momentos de qualidade, ao invés de desgastes rotineiros.
Quem são os casais LAT?
Não há um perfil único para os casais LAT.
Eles podem ser jovens adultos que preferem manter a independência após saírem da casa dos pais, pessoas mais velhas que já passaram por longos períodos de coabitação em relacionamentos anteriores.
Podem ser até mesmo pessoas que nunca quiseram dividir a moradia, mesmo estando em um compromisso sério.
A maior parte dos casais LAT no Canadá, por exemplo, são jovens entre 20 e 24 anos.
Entretanto, este modelo também é popular entre idosos, que, após anos de vida conjugal, preferem viver separados para manter a liberdade individual.
Na Europa, estima-se que cerca de 10% dos casais na França já adotem este modelo de relacionamento, enquanto na Espanha, o número gira em torno de 8%.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 2 milhões de pessoas vivem em relacionamentos LAT, o que demonstra o crescente interesse por essa forma de convivência alternativa.
Esses números mostram que o conceito de vida a dois está se adaptando às mudanças culturais e às novas necessidades emocionais e práticas da sociedade moderna.
O que a legislação diz sobre os casais LAT?
Em muitos países, incluindo o Brasil, não há impedimentos legais para os casais LAT. No caso do casamento, o Código Civil brasileiro não exige a coabitação como condição para a união.
O artigo 1.514 estabelece que o casamento é “indissolúvel”, garantindo aos cônjuges igualdade de direitos e deveres, mas sem mencionar que o casal deve necessariamente morar junto.
Isso significa que, para aqueles que optam por viver em lares separados, os direitos e deveres do casamento permanecem intactos.
O importante é que o casal esteja em acordo sobre essa escolha, preservando o vínculo afetivo e o objetivo de uma convivência saudável, ainda que em lares diferentes.
Vantagens e desafios dos casais LAT
Entre os principais benefícios deste modelo está a possibilidade de manter a individualidade dentro do relacionamento.
Para muitos, a ideia de viver juntos pode trazer uma sensação de perda de liberdade, o que pode gerar conflitos e desgaste emocional.
Com os casais LAT, cada pessoa pode administrar a sua rotina de maneira independente, o que diminui as chances de atritos relacionados à convivência.
No entanto, há desafios. A distância física pode se tornar um obstáculo em alguns momentos, especialmente quando o casal precisa lidar com questões práticas.
Além disso, esse modelo pode não ser compreendido ou aceito por todos, o que pode gerar críticas externas, principalmente de familiares e amigos que estão acostumados com o conceito tradicional.
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