Previsto para acontecer no último domingo (5), o Concurso Nacional Unificado (CNU) foi adiado por conta do desastre climático do Rio Grande do Sul. O comitê que analisa o concurso vai se reunir nesta semana para dar novos detalhes, mas a expectativa é de que a nova prova seja aplicada em agosto.
Para o Ministério de Gestão e Inovação (MGI), é preciso aguardar o restabelecimento do transporte intermunicipal na região para iniciar o certame. Ao menos 65% das provas já estavam onde os candidatos fariam o exame.
O governo emitirá uma retificação no edital, fornecendo a nova data do exame e esclarecimentos, como o procedimento para os candidatos que buscam um reembolso.
No entanto, o MGI já adianta que não há previsão de ressarcimento relacionado a transporte, hospedagem e alimentação. Quem não puder realizar a prova na nova data, deve receber instruções do governo.
Por que foi adiado?
Segundo fontes próximas à ministra do MGI, Esther Dweck, a Polícia Militar do Rio Grande do Sul informou ao governo sobre a impossibilidade de realizar o exame no estado. Dos 2 milhões de candidatos registrados, 80 mil são do Rio Grande do Sul.
A ministra explica que o edital do CNU previa providências sobre desastres naturais, mas não contemplava a dimensão do desastre que atinge a região.
Parlamentares do Sul acionaram a Justiça pelo adiamento, mas avaliação do ministério foi de que suspender apenas o exame no estado poderia levar a uma enxurrada de processos, devido a limitações dentro da própria aplicação.
Algumas das problemáticas levantadas foram a falta de um banco de questões para uma prova adicional e acusações de favorecimento aos candidatos do estado, que saberiam a dinâmica do exame, das questões e teriam mais tempo para se preparar.
Nova prova do CNU
O objetivo do governo é utilizar os exames já preparados. A previsão é de concentrar esforços para centralizar todos os cadernos de exame em um local seguro, avaliado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Assim como na primeira etapa, o deslocamento das provas para os depósitos será acompanhado pela polícia militar local e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias. O governo garante que não existe possibilidade de vazamento.
“Nas próximas semanas, podemos divulgar uma nova data. Neste momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite hoje dar uma nova data com segurança”, disse a ministra em entrevista à imprensa nesta sexta-feira.
Quando for definida, a nova data de aplicação das provas será publicada no Diário Oficial da União (DOU) pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.