A coletânea “Torü Duü’ Ügü – Nosso Povo” ganhou nova edição e será entregue duas mil cópias para a escolas indígenas de nove municípios que compõem a região do Alto Solimões no Amazonas, onde se encontram os territórios do povo Tikuna. Posteriormente, as obras poderão ser distribuídas a outros públicos.

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A nova edição da coletânia ficou na responsabilidade do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga da Universidade do Estado do Amazonas (CESTB/UEA), Pedro Rapozo, e dos pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Pacheco de Oliveira e do Museu Magüta, Santo Cruz Pucüracü.

O livro reúne resenhas da história da criação do povo Tikuna (ou povo Magüta), da região do Alto Solimões.

Os Tikuna representam a própria criação antes do “mundo dos brancos”, relatando como tudo que é conhecido foi concebido a partir de entidades religiosas e da relação com a natureza.

“É um livro para os indígenas produzido pelos próprios indígenas”, destaca o pesquisador.
 
“Torü Duü’ Ügü” é uma expressão da língua tikuna que significa “Nosso Povo” e traduz a necessidade de se reconhecer que o povo conta sobre a própria história.

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Livro

Ao elaborar o trabalho, os organizadores focaram em propagar cultura, saberes e patrimônios indígenas do povo Magüta; difundir o material bibliográfico produzido a partir da perspectiva indígena para o ensino da educação patrimonial no sistema de educação público do Estado; e potencializar a divulgação turística do acervo patrimonial indígena do museu Magüta.
 
Segundo o docente, embora a UEA tenha participado da concepção do material, os principais propagadores do saber do povo Tikuna são os próprios Tikunas.

O trabalho executado pelas instituições, professores e pesquisadores revela o compromisso socioambiental com a Amazônia e reconhece a necessidade em dar visibilidade cada vez mais aos saberes dos povos indígenas.
 
Todo o trabalho contou com a participação de lideranças indígenas, especialistas do povo Magüta e professores bilíngues e tradutores, que possibilitaram a organização das histórias com cuidado e rigor linguístico.

A elaboração da obra e a entrega dos exemplares nas comunidades foram possíveis graças à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Amazonas, por meio da Lei Aldir Blanc, via edital Cultura Criativa – Prêmio Feliciano Lana.

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