Uma das principais construções da contemporaneidade, a Ópera de Sidney, na Austrália, homenageia o artista indígena Joseca Yanomami com a edição de “Badu Gili: Healing Spirit“, evento que retrata os espíritos da cura.

O artista participou da exibição da obra que representa uma sessão xamânica de cura, com desenhos e um vídeo de três minutos expostos na construção que recria “velas”, na casa de ópera.

“Nós estamos aqui fazendo uma aliança, nós Yanomami e vocês australianos. Nós moramos longe, mas mesmo assim eu estou aqui fazendo amizade com vocês, mostrando minha cultura. Por isso vocês têm que ajudar a defender nós Yanomami e nossa floresta. Não pensem que eu vim sozinho aqui, eu trago em mim o sopro vital de todos os meus parentes Yanomami”, disse Joseca Yanomami.

Povo Yanomami e Badu Gili na Austrália

A homenagem foi uma prévia da edição de cura do “Badu Gili”, que é uma exposição diária e gratuita que apresenta histórias das “primeiras nações”, ou povos originários tanto da Austrália, quando internacionalmente.

Junto da arte do indígena Yanomami, Junto, a exposição tem outra animação de Esme Timbery e dos dois filhos dela, Marilyn Russell e Steven Russell, do povo Bidjigal.

Esta edição da iniciativa vai ser inaugurada oficialmente em 13 de dezembro, com duração estimada de 12 meses. Ela busca não só homenagear o artista, mas também dar voz à causa Yanomami pelo mundo.

Joseca e a luta do povo Yanomami

Joseca Yanomami é artista visual, nascido em 1971, no rio Uxi u, em Roraima. Vive na comunidade Watoriki, da Terra Indígena no Amazonas.

Segundo o Instituto Socioambiental, o artista havia sido o primeiro estudioso de línguas e professor da comunidade Watorikɨ, no início dos anos 1990 e também o primeiro Yanomami a trabalhar na área de saúde. 

As obras que retratam temas da Amazônia já estiveram expostas em locais como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Fundação Cartier, em Lille (França) e o Wellcome Collection Museum, em Londres (Inglaterra).