Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta terça-feira, 31,  pelo IBGE apontam que a taxa de informalidade no Amazonas é a terceira maior do país, atingindo 59,7% dos trabalhadores do estado

Em 2021, a população desocupada do Estado, que somava 330 mil pessoas no período entre janeiro e março, caiu para 303 mil pessoas entre abril e junho.  Mas apesar da queda, o cenário ainda é preocupante. Isso porque a taxa de desocupação no Amazonas está 1,5%, ou seja, mais alta do que a média nacional. 

A taxa de informalidade, por sua vez, alcançou 59,7% dos trabalhadores ocupados no 2º trimestre do ano, a terceira maior taxa do país. Ou seja, quase 6 de 10 trabalhadores do Amazonas possuem uma ocupação, mas sem vínculo empregatício.

Corecon

De acordo com o conselheiro do Corecon e consultor em economia, Mourão Júnior, a informalidade tem vários aspectos. “Ela é considerada informal porque a pessoa consegue gerar renda sem estar de carteira assinada, ou terceirizada, com contrato via CNPJ. E são pessoas que buscam a renda apesar da situação econômica como ela se encontra”. 

Junior disse ainda que mesmo no momento da pandemia, a informalidade dá sinais de um pequeno aquecimento, à medida que o número de vacinações vem aumentando. “ E são pessoas que estão ajudando o lado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) demonstrando uma recuperação da economia” 

Mas o  conselheiro conclui que, por mais que o desemprego diminua, ele não vai conseguir recuperar ou colocar todos os trabalhadores no regime de carteira assinada.  

Força de trabalho

Em números gerais, da população de 14 anos ou mais de todo Amazonas – estimada em 3,1 milhões – cerca de 1,9 milhão estava na força de trabalho, o que representa mais da metade (52,2%). Dentre esta população na força de trabalho, 1,6 milhão estava ocupada e 303 mil desocupada. A outra parcela da população, 1,2 milhão, estava fora da força de trabalho. São os chamados desalentados, ou seja, os que sequer procuram por uma ocupação.

Atividades

Dentre as atividades que mais empregam, está a agricultura como o maior ocupante de mão de obra do Estado, com 318 mil trabalhadores, seguido por 307 mil ocupados na atividade de comércio, veículos automotores e motocicletas e pela atividade da administração pública, com 289 mil ocupados.

No entanto, a atividade que mais incrementou trabalhadores no trimestre foi a indústria geral, com 16 mil novos postos de trabalho. A seguir, os grupamentos que mais geraram empregos foram os outros serviços (que incluem arte, cultura, esporte, recreação, reparação e manutenção de equipamentos, outras atividades de serviços pessoais, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais) com 15 mil postos a mais; e informação, comunicação e atividades financeiras, com 12 mil trabalhadores a mais, no trimestre.

Numa comparação com igual trimestre do ano passado, a construção demonstra que a atividade voltou a atuar após as restrições para conter a Covid-19, com crescimento de 71,5% ou 44 mil novos postos de trabalho, passando de 62 mil postos no 2º trimestre de 2020, para 106 mil pessoas empregadas na atividade, no mesmo período de 2021, no Estado.

Outra atividade que se destacou em relação a 2020 foi alojamento e alimentação, com uma subida de 37,6% ou 24 mil trabalhadores a mais. Esta última talvez seja a atividade que melhor reflete a situação de volta à normalidade depois da flexibilização das restrições impostas pela pandemia do Covid-19, uma vez que foi uma das mais afetadas.

No geral, todas as atividades tiveram crescimento de pessoal ocupado em relação ao mesmo período do ano passado. A exceção foi o grupamento da administração pública, que caiu 8,0%, o equivalente a 18 mil trabalhadores a menos.

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