Há quase 20 anos em Manaus, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) vem buscando lugar de destaque na economia do Amazonas. Criado com o objetivo de alavancar a bioindústria na região, o CBA ainda não alcançou todo o seu potencial para ser protagonista. Além de verba pública, o centro também está buscando possiblidades para, enfim, ter a participação da iniciativa privada em suas atividades.

Estar na Amazônia e contar com o que a floresta oferece de melhor faz a diferença para um centro que quer ser referência mundial.

Como exemplo, basta elencar ações em execução com matéria-prima amazônica. Plástico totalmente biodegradável, óleos essenciais, rastreamento genético, couro vegetal, resíduos naturais, entre outros, são alguns produtos de pesquisas em desenvolvimento no CBA.

O centro sabe que os insumos amazônicos têm forte possibilidade de contribuir para a realidade econômica da região.

 

Estrutura

Criado em 2002, o CBA ocupa uma área de 12 mil metros quadrados no Distrito Industrial e é gerido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

O local conta com 45 profissionais e 26 laboratórios, além de uma central de produção de extratos, alojamentos para pesquisadores e instalações de apoio administrativo e à pesquisa. Há, atualmente, 26 projetos em execução e o orçamento geral do centro é de R$ 2,5 milhões.

“Todos os laboratórios se copeeram. O mais importante aqui é que conseguimos realizar o desenvolvimento tecnológico tanto em escala laboratorial, quanto na escala pré-piloto industrial em uma escala maior visto que conseguimos realizar uma prototipação dos produtos aqui também”, afirma o presidente do CBA, Fábio Calderaro.

O investimento privado é um dos pontos a ser conquistado pelo CBA. “Nós estamos falando de um instituto de 12 mil metros quadrados, não é tão simples manter tudo isso aqui só com recurso orçamentário público, a gente precisa receber capital privado”, ressaltou.

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Um dos principais objetivos do centro é agregar valor econômico aos produtos amazônicos e entregar os mesmos para a indústria.

“Precisamos nos aproximar da indústria e encontrar as encomendas tecnológicas, que são as demandas. A partir disso, identificar quais dessas demandas precisam de ofertas de insumos e realizar a aproximação daqueles produtores de insumo e de produtos intermediários”, comentou o presidente do CBA.

Atualmente, um dos insumos que tem bastante demanda são os óleos usados, principalmente, nos biocosméticos e fibras vegetais para uso de plásticos.

O CBA cita a industria plástica do Polo Industrial de Manaus (PIM) com potencial para agregar produtos biotecnológicos.

“Temos um polo que tem uma indústria plástica do PIM. Por que não substituir uma pequena parte das resinas sintéticas por óleos vegetais? Já existe uma demanda que a própria indústria pode gerar para essas cadeias produtivas”, declarou.

 

Identidade jurídica

O centro ainda não possui identidade jurídica, mas está próximo de conseguir, segundo o presidente do CBA. Em setembro, o vice-presidente Hamilton Mourão anunciou que o governo estuda transformar o centro em fundação pública. A mudança jurídica da unidade permitirá que o centro possa receber investimentos privados.

 

Projetos

Não é de hoje que se fala que a bioeconomia é um diferencial amazônico para o desenvolvimento sustentável da região.

Um dos trabalhos realizados no laboratório de Biotecnologia Vegetal é sobre fibras de cuaruá, de grande interesse ambiental e comercial.

Conheça um pouco dos projetos e pesquisas que estão em desenvolvimento no CBA:

– Produção de mudas em larga escala e elaboração de bioprodutos derivados da fibra do curauá

-Extração e valoração de rejeitos amazônicos para obtenção de nanocelulose e desenvolvimento de novos bioprodutos

-Qualificação de insumos e produtos amazônicos para a bioindústria

– Plataforma de produção de anticorpos de interesse econômico/sanitário a partir de ovos de galinha para a Amazônia

– Desenvolvimento de bioativos oriundos da biodiversidade microbiana amazônica com potencial econômico

-Apoio às atividades de cultura de tecidos vegetais e montagem de unidade de observação

-Desenvolvimento de uma membrana fitoterápica com propriedade anti-inflamatória e cicatrizante, oriunda da biodiversidade amazônica

-Desenvolvimento de consórcios microbianos com aplicação na biodegradação de resíduos oleosos e derivados de petróleo

-Desenvolvimento de produtos cosméticos oriundos de extratos e óleos da biodiversidade amazônica

-O uso de marcadores moleculares de DNA para identificação de mudas de Copaíbas (Copaifera spp.) com alto potencial de produção de oleorresina

-Desenvolvimento de atividades de cultura de tecidos de Ananas var.erectifolius

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