O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa de juros da economia de 6,25% para 7,75% ao ano nesta quarta-feira, 27. É a sexta alta consecutiva e a mais ampla desse ciclo. Esse acréscimo irá pesar cada vez mais no bolso nos consumidores.

Os juros são o principal indexador de uma economia e interfere em uma série de fatores na vida do cidadão. O acréscimo na taxa aumenta, por exemplo, os preços dos produtos, desvaloriza a moeda e faz com que a população perca poder de compra, pois todos os produtos e serviços se tornarão cada vez mais caros.

A perspectiva dos economistas é que o juros continuem a subir. Para evitar uma ‘bola de neve de dívidas’, eles orientam que a população deve ficar atenta aos juros do cartão e de olho em aplicações financeiras.

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O Portal Norte de Notícias entrou em contato com dois economistas para saber como a população pode tentar driblar essa realidade e conseguir sobreviver em meio a inflação e juros altos.

De acordo com o economista Bruno René da Silva Barroso, de 33 anos, os juros vão continuar em alta.

“O aumento dos juros vai continuar subindo entre 10 e 11 percentual até fevereiro ou março de 2022”, disse.

Para o economista Eduardo Souza, por conta da retração econômica, os juros em alta se manterão até o ano que vem.

“A tendência é que haja um aumento nas taxas de juros porque estamos passando por um período de retração econômica”, disse Eduardo.

Confira abaixo perguntas e respostas que ajudam a melhorar percepções e decisões com o seu dinheiro.

É necessário comprar tudo à vista?

Eduardo Souza – Sempre que for possível, você deve optar por quitar suas dívidas de forma à vista para que a pessoa possa ter um capital emergencial para lidar com emergências. Quando você não acumula dívidas passa a ter a possibilidade de arcar com circunstâncias não previstas.

Bruno René da Silva Barroso- Não necessariamente comprar tudo à vista. A compra no cartão, parcelada, pode não haver ônus, contudo, deve-se avaliar caso a caso.

 

No momento, vale a pena financiar carro ou casa?

Eduardo Souza – Depende muito da necessidade do cidadão. Por ser um período de alta na taxa de juros, ou seja, onde os financiamentos se tornaram mais caros, cobrar uma taxa maior por esse empréstimo ou financiamento não valeria a pena. Há um risco maior aos financiadores que consequentemente transformam esses riscos em juros. Torna-se inviável a compra de casas por financiamento.

Bruno René da Silva Barroso – Numa visão macro, o aumento dos juros reduz o consumo das famílias na economia e acaba gerando redução do crescimento do PIB e até desemprego. Do ponto de vista da pessoa física, o custo do financiamento de imóveis, carros ou compras financiadas em gerais ficam mais caros. O financiamento no Programa Casa Verde Amarela para pessoas de baixa renda, ainda tem bastante vantagem, principalmente pelos subsídios do governo a compra de imóveis. Carros, uma melhor forma, caso a pessoa possua uma boa entrada, a opção melhor é o consórcio.

 

Renegociar empréstimo é opção nesse momento?

Eduardo Souza – O ideal é que você procure renegociar esse valor de forma a obter um desconto ou vantagem. Quando você promete pagar à vista essa dívida, ou quitar de uma forma mais rápida, passa a ter mais credibilidade com a instituição financeira e consequentemente negocia uma taxa menor.

Bruno René da Silva Barroso – A renegociação não é válida no momento, os juros estão mais elevados. Contudo, com a redução em 2023 ou 2024 a renegociação vale para redução das parcelas.

 

Como fugir dos juros do cartão de crédito?

Eduardo Souza– Para fugir dos juros do cartão de crédito, você precisa ter um equilíbrio financeiro na sua receita ou renda familiar muito bem planejados. Como seria isso? vou pesar custo-benefício de suas decisões como ver se a compra daquele produto ou serviço irá lhe trazer algum benefício, ou não, ou se é uma compra impulsiva. Isso fará com que evite gastos desnecessários e, consequentemente, passe a ter uma receita um pouco mais elevada para que não precise usar o cartão de crédito.

Bruno René da Silva Barroso – Para fugir dos juros rotativos do cartão de crédito é usá-lo com sabedoria. Uma boa disciplina é a pessoa ter um bom planejamento financeiro. Vale lembrar que esse é o maior juro do mercado e deve ser evitado.

 

Poupança é uma aplicação financeira atraente para o momento?

Eduardo Souza – A poupança não é um bom investimento, mas é uma boa porta de entrada para quem quer começar a investir porque ela tem o menor risco, é mais fácil, é uma boa forma para você criar uma mentalidade de investidor. Existem opções melhores com melhor rentabilidade e até com menor risco também.

Bruno René da Silva Barroso – Não vale apena investir na poupança, pois, ela rende 70% do CDI, que é bem inferior de que pode ter de rentabilidade em outros investimentos.

 

Quais opções de investimento devem ser consideradas?

Eduardo Souza – CDB, Tesouro Direto, Fundos de Investimentos. Todas essas são modalidades de investimentos viáveis para ser feita quando você tem uma reserva de capital um pouco mais elevada e disposto a aplicar em investimentos. Os investimentos de renda fixa costumam ter um risco menor, e uma segurança um pouco maior, apesar do baixo rendimento.

Bruno René da Silva Barroso – As opções que temos além da poupança é CDB, Tesouro Direto, Fundos de Investimentos. Quem quer investir diretamente em títulos pode investir no título do governo, que é a taxa selic. O CDB está pagando 100% do CDI. Tem alguns títulos que rentabilizam 110% até 115% que vale muito a pena. Há também os investimentos isentos de imposto de renda que é o LCI, LCA, CRI e CRA, que fazem um percentual acima de 110% do CDI. Com o aumento das taxas de juros, vale a pena comprar esses títulos e ter um risco bem pequeno, pois eles têm o Fundo de Garantida do Investidor.

 

O mercado de ações é uma boa opção de investimento?

Bruno René da Silva Barroso – As ações são para pessoas com uma tolerância de risco maior e que fazem investimentos a longo prazo. Esse momento é ideal para realizar a compra das ações, pois elas estão mais baratas e desvalorizadas, mas para investimento a longo prazo de, no mínimo, cinco anos. Tem sempre que diversificar os investimentos e não colocar todo o patrimônio nisso.

Eduardo Souza- É sempre viável investir no mercado de ações, principalmente, em empresas que estão em queda no valor das ações no momento. O ideal é que você saiba o momento certo para comprar na baixa e vender na alta para obter retorno, mas já envolve um risco bem maior que a renda fixa. O mercado de ações é uma renda variável que envolve um risco maior que pode ter uma recompensa maior, mas em momento de crise a tendência é que a ideia principal é que se opte por opções de menor risco para não agravar a situação financeira no período de desestabilização da economia.

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