A posição geográfica do Amazonas segue como desafio para a indústria e o comércio em geral quando o assunto é logística.

Não é de hoje que a distância dos grandes centros impõe demora na entrega de insumos e produtos na região.

Especialistas apontam que o estado ainda tem pouca otimização de operações logísticas.

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O principal modal utilizado tanto para carga como para descarga de matérias-primas e produtos acabados é o transporte fluvial.

Atualmente, a entrada de insumos importados, oriundos da Ásia, Europa e dos Estados Unidos vem pelo modal marítimo e aéreo.

Já os insumos nacionais, oriundos em grande parte da Região Sudeste, chegam por meio rodofluvial.

A saída de produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM) é realizada por meio rodofluvial, com a distribuição partindo de Manaus até Belém, por via fluvial, e a entrega em São Paulo-Rio de Janeiro, nos centros de distribuição, por via rodoviária.

Muitas cargas demoram até meses para chegar ao Amazonas e, muitas vezes, por conta de diferentes fatores, acabam até provocando a falta de itens em linhas de produção ou prateleira de lojas.

“As dificuldades na importação em geral é a adequação aos lotes de compra, tempo de transporte, alta complexidade logística, custos elevados, necessidade de adequação às exigências de cada Processo Produtivo Básico (PPB)”, diz o diretor adjunto da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Augusto César Barreto Rocha.

Para ele, algo que ajuda na redução da complexidade, pelo menos para pequenas e médias empresas, são as grandes distribuidoras de produtos.

“Para as grandes indústrias, de maneira geral, os insumos são comprados diretamente das fábricas produtoras de insumos. Para as pequenas e médias, em alguns casos, existem distribuidores nacionais/locais.”, destaca.

De olho nessa demanda do mercado local, diferentes empresas têm investido recursos na abertura de negócios no ramo.

Distribuidoras de produtos de tecnologia e farmacêuticos são exemplos que podem ajudar a reduzir tempo de espera e até não perder venda por causa de prazos extensos.

Tecnologia

Varejistas de eletrônicos, provedores de internet e empresas de segurança patrimonial são áreas bastante afetadas quando o assunto é importação.

Boa parte dos produtos chega de outros países e não é simples fechar a conta com os valores de fretes praticados.

Para o diretor de uma empresa de eletrônicos Rafael Santos, o principal benefício de atuar na distribuição de produtos é o fato de diminuir o tempo da chegada dos produtos ao cliente. 

Recente no mercado e buscando o seu espaço, a empresa aposta em variedade de produtos e formas de pagamento para concorrer no setor.

“A empresa terá um atendimento especializado, os clientes terão um amplo estoque e com opções de entrega de até 3 horas. O diferencial da loja será o showroom com amplo mix de estoque à pronta entrega para retirada e atendimento presencial, com a opção de entrega em até 3 horas. Temos também a opção de venda por telefone, ou podemos agendar uma visita e realizar todo o atendimento direto no parceiro. Atualmente, realizamos entregas em toda Amazônia Ocidental”, comentou Rafael, gestor da AMZ Tech.

Remédios

Para o gerente regional de logística Bruno Tavares, contar com uma distribuidora de remédios em Manaus equivale a ter menos dias de prazo para um produto na loja.

“A distância do estado dos principais centros econômicos, aliado a a sua geografia, exige grandes desafios logísticos. O que você de fato gerencia é sempre olhando para os próximos 20 dias, pensando em não desabastecer a cadeia. Nosso poder de reação no reabastecimento quando você tem falta lá na ponta da indústria, acaba sendo mais lento, se comparado às demais regiões. Dessa forma, o modal aéreo entra auxiliando”, comentou Bruno Tavares, gestor do Grupo Tapajós.

Ele acredita que a demanda existente faz com que o mercado de distribuidoras seja promissor.

“Ter uma distribuidora em Manaus gera principalmente nível de serviço na ponta, reduzindo o tempo de abastecimento dos clientes. Gerenciar esse portfólio e atender essa demanda é um grande desafio”, concluiu. 

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