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Endividamento das famílias brasileiras atinge 78,9% em novembro, revela CNC

Famílias com dívidas em novembro

A parcela daqueles que se consideram muito endividados aumentou de 14,8% em novembro de 2021 para 17,5% em novembro deste ano. - Foto: Reprodução/Canva

A parcela de famílias com dívidas, em atraso ou não, ficou em 78,9% em novembro deste ano. A taxa é inferior aos 79,2% de outubro, mas superior aos 75,6% de novembro de 2021.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgada nesta terça-feira (6).

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Endividamento das famílias brasileiras

Ao mesmo tempo, o número de famílias pobres com dívidas atrasadas alcançou nova máxima histórica (34,1%), num momento em que os juros estão no maior nível em cinco anos.

Conforme o estudo, o porcentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e casa) avançou 3,3 pontos porcentuais na comparação com novembro do ano passado.

Em um contexto de elevado nível de comprometimento da renda com dívidas, 30,3% das famílias brasileiras têm alguma dívida em atraso.

Em um ano, o indicador avançou 4,2 p.p., especialmente entre os mais pobres.

O número de famílias que informam que não terão condições de pagar suas dívidas subiu de 0,3 p.p., para 10,9%. Em novembro do ano passado, o índice era de 10,1%.

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Dos consumidores com até dez salários de renda mensal, 34,1% atrasaram dívidas, a maior proporção da série histórica, iniciada em 2010.

Os orçamentos das famílias de menor renda seguem apertados, pois os juros altos aumentam as despesas com dívidas.

Na comparação com o ano passado, a piora no nível de endividamento foi mais expressiva entre as mulheres (3,3 p.p.) do que entre os homens (1,9 p.p.).

O público feminino é atualmente o mais endividado, com 80,7% delas possuindo algum tipo de dívida em novembro.

No recorte da faixa etária, a percepção de superendividamento também se acirrou mais entre os consumidores com mais de 35 anos (3,2 p.p.).

Os indivíduos que não conseguiram terminar o ensino médio também formam o grupo em que o nível de endividamento mais cresceu em um ano (3,9 p.p.).

Com isso, cresceu em novembro o volume de consumidores apontando que não pagaram dívidas já atrasadas de meses anteriores: 10,9% do total de famílias.

Entre as com menores rendimentos, o indicador manteve trajetória de alta, atingindo 13,4%, pouco abaixo da máxima histórica de 13,9%, observada em agosto de 2020

Mesmo os consumidores buscando a renegociação, o volume dos que reportaram atrasos na quitação de dívidas atrasadas por mais de 90 dias piorou em novembro. Do total de famílias inadimplentes, 42,5% estão com atrasos acima de 90 dias, 0,6 p.p. em relação a outubro e 1,0 p.p. comparativamente a novembro de 2021.

Renda comprometida

Além disso, tem chamado a atenção o volume de consumidores com mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. Em novembro, 21,6% do total de endividados estava nessa situação, crescimento anual de 0,8 p.p.

Em média, o brasileiro precisou gastar 30,4% de toda a sua renda só para pagar dívidas em novembro, isso sem contar as contas de consumo (água, energia, telefone, gás etc).

Apesar dos fatores benignos relativos à disponibilidade de renda, a combinação de endividamento e juros altos está deixando os consumidores mais cautelosos. Diante do crédito mais caro, a proporção de famílias que se consideram “muito endividadas” chegou a 17,5%, alta de 0,2 p.p. ante outubro e de 2,7 p.p. em relação a novembro de 2021.

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