Desde o início deste ano, o Brasil reintroduziu o imposto de importação para carros elétricos e híbridos.
Isso significa que, da mesma forma que os veículos movidos exclusivamente a combustíveis fosseis, os elétricos agora estão sujeitos a taxas alfandegárias, a menos que sejam provenientes da Argentina (no Mercosul) ou do México – países que desfrutam de isenção de impostos, graças a acordos comerciais estabelecidos com o Brasil.
Este movimento tem implicações significativas para o mercado de veículos verdes no país, alterando a dinâmica de preços e afetando as estratégias de importação e comercialização desses veículos.
A volta, determinada pelo governo federal, é gradativa. E a segunda etapa já está batendo à porta. Vale, portanto, a partir de julho, conforme calendário abaixo:
- Híbridos
Janeiro de 2024: 15%
Julho de 2024: 25%
Julho de 2025: 30%
Julho de 2026: 35% - Híbridos plug-in
Janeiro de 2024: 12%
Julho de 2024: 20%
Julho de 2025: 28%
Julho de 2026: 35% - Elétricos
Janeiro de 2024: 10%
Julho de 2024: 18%
Julho de 2025: 25%
Julho de 2026: 35%
Entenda o motivo do aumento:
Sob o argumento de “desenvolver a cadeia automotiva nacional e contribuir para o projeto de neo industrialização do País”, o governo federal publicou no Diário Oficial da União, em novembro do ano passado, a volta da cobrança do imposto de importação sobre veículos eletrificados.
Isso, portanto, valia a partir de janeiro de 2024 de forma gradativa. A taxação, em síntese, ficou extinta para elétricos desde 2015. Para os híbridos, era de até 4%.
O que dizem as montadoras de carros elétricos?
Cabe recordar que o fim da isenção do imposto de importação para veículos eletrificados se deve aos pedidos de diversas montadoras ligadas à Anfavea, a associação das fabricantes instaladas no Brasil.
Em síntese, as montadoras afirmaram que o então corte do imposto afastava investimentos na produção local.
Isso tudo, no entanto, aconteceu após a segunda leva da “invasão chinesa”, que, mais uma vez, trouxe produtos competitivos ao Brasil e, assim, abocanhou vendas de elétricos das fabricantes tradicionais.
Até o momento, apenas a Toyota fabrica os híbridos Corolla e Corolla Cross no Brasil. Outras montadoras, como a GM, por exemplo, têm fábrica local, mas os eletrificados à venda no País são importados.
Em breve, a Stellantis pretende reverter esse jogo, pois está no radar o lançamento de modelos com tecnologia híbrida leve (ou micro-híbrida) para Fastback, Pulse, e também para modelos de Citroën e Peugeot, todos, com fabricação local.