O real liderou a desvalorização no primeiro semestre de 2024 entre doze economias emergentes. Nesse período, a moeda brasileira caiu 15%, enquanto a média de desvalorização das outras economias foi de 4,4%.
Este bloco inclui países como Argentina, Turquia, México e China.
Análise de economista sobre a desvalorização do real
Em entrevista ao site Metrópoles, Márcio Holland, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destacou que se o real acompanhasse a média das demais moedas emergentes, deveria estar cotado em torno de R$ 5,13 por dólar no fim do primeiro semestre.
No entanto, a cotação em 28 de junho foi de R$ 5,59.
Fatores domésticos
Holland atribui dois terços da desvalorização do real a fatores internos como a questão fiscal, que trata da relação entre receitas e despesas do governo, e os discursos de Lula contra a política monetária do Banco Central (BC).
Cenário internacional
No cenário internacional, a principal incerteza vem dos juros altos nos Estados Unidos, que estão entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001.
Desempenho pior que o peso argentino
O real teve um desempenho pior que o peso argentino, que desvalorizou 11,08%. Vale lembrar que a Argentina experimenta uma forte recessão econômica, com o PIB recuando 5,1% no primeiro trimestre, e 2,6% no último trimestre do ano passado.
Por outro lado, o economista destaca que o Brasil está crescendo 2,5% no acumulado dos últimos quatro trimestres e avançou 2,9%, em 2023.
Comparação com outras moedas
Em relação a outras moedas, o rublo russo teve o melhor desempenho no primeiro trimestre, com valorização de 5,1%.
O rand sul-africano seguiu com um avanço de 0,58%. No campo negativo, além do real e do peso argentino, destacaram-se o peso mexicano, com desvalorização de 7,99%, e a lira turca, que caiu 11,03%.
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