O aumento no número de Microempreendedores Individuais (MEI) no Brasil foi fortemente impulsionado por desligamentos de funcionários em empresas, seja por iniciativa dos empregadores ou por justa causa.

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2022, 1,7 milhão de MEIs foram desligados do mercado de trabalho, representando 60% dos desligados que optaram por se formalizar como MEI no ano passado.

O IBGE observa que para muitos, a formalização como MEI não foi apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade.

Thiago Gonçalves Ferreira, analista da pesquisa feita pelo IBGE, explica que a maioria dos MEIs representa um caso de ‘empreendedorismo por necessidade’, onde o desligamento do emprego anterior foi involuntário, ao contrário do “empreendedorismo por oportunidade”, que envolve um planejamento mais detalhado.

Radiografia dos MEIs

Em 2022, o Brasil contou com 14,6 milhões de microempreendedores individuais, um aumento de 11,4% em relação a 2021, quando o número era de 13,2 milhões. Esse grupo representa 18,8% do total de ocupados em empresas no país.

  • Setores de Atuação: Mais da metade (51,5%) dos MEIs atuam no setor de serviços, representando 17,3% dos trabalhadores dessa área. O setor da construção é o que tem a maior concentração de MEIs, com 31,4% dos trabalhadores envolvidos.
  • Distribuição Regional: São Paulo lidera com cerca de 4 milhões de MEIs, correspondendo a 27% do total nacional. Entre 2020 e 2022, cerca de 7 milhões de trabalhadores se tornaram MEIs, o que representa 48,6% dos MEIs existentes no Brasil.
  • Características Operacionais: Menos de 1% dos MEIs empregam outras pessoas, e 38% operam a partir de seu endereço residencial. Além disso, 28,4% dos MEIs em 2022 estavam inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), sendo metade desses beneficiários do Auxílio Brasil (atualmente rebatizado como Bolsa Família).

Essa dinâmica reflete um cenário onde a formalização como MEI se torna uma alternativa viável para muitos trabalhadores que enfrentam a instabilidade no mercado de trabalho.

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*Com informações da Agência Brasil