O governo federal voltou a discutir a possível retomada do horário de verão. A medida, que havia sido extinta em 2019, está sendo avaliada como uma alternativa para reduzir o consumo de energia.
Essa redução ocorreria em horários de pico, especialmente entre 18h e 19h, quando a demanda por eletricidade no Brasil é maior.
O principal objetivo é otimizar o uso das fontes de energia solar e eólica, diminuindo a dependência das hidrelétricas e, consequentemente, ajudando a preservar recursos hídricos durante a crise climática.
A discussão em torno do horário de verão está relacionada à situação energética do país, que atualmente enfrenta desafios devido à escassez de chuvas e temperaturas elevadas.
As hidrelétricas, que produzem cerca de 50% da energia consumida no Brasil, têm sido prejudicadas pela falta de água, como evidenciado pelo caso da Usina Santo Antônio, em Rondônia.
Ela precisou paralisar parte de suas operações no início de setembro. Essa diminuição na capacidade de geração tem levado o governo a buscar alternativas para evitar um colapso no sistema elétrico.
Nesse cenário, as fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, têm sido apontadas como parte da solução.
Atualmente, as usinas eólicas respondem por 15% da geração de energia no país, enquanto a solar representa 7,5%.
No entanto, essas fontes também têm suas limitações, especialmente nos horários de maior demanda, quando já não há geração solar, e a produção eólica perde eficiência.
Isso leva à necessidade de buscar soluções que ajudem a suavizar o consumo durante os períodos de maior demanda.
Horário de verão pode ser a solução?
A volta do horário de verão seria uma dessas soluções. Ao adiantar o relógio em uma hora, espera-se que o uso de energia em horários críticos, como o final da tarde, seja reduzido.
Nesse intervalo de tempo, com a luz do dia ainda presente, haveria menos necessidade de iluminação artificial, e a energia eólica e solar poderia ser melhor aproveitada.
Contudo, há controvérsias quanto à efetividade dessa medida.
Um dos principais argumentos contra a reintrodução do horário de verão é que o pico de consumo de energia não ocorre mais apenas no final da tarde.
Devido às altas temperaturas em várias regiões do país, o uso de ar-condicionado e ventiladores tem se intensificado ao longo de todo o dia, o que significa que a economia de energia pode ser menor.
Essa foi a justificativa utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro ao extinguir a medida em 2019, alegando que o impacto no consumo não justificava sua permanência.
O que diz o governo sobre o possível retorno do horário de verão?
O atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende que toda e qualquer medida que possa contribuir para a segurança energética do país durante períodos de estiagem deve ser considerada.
Ele também ressalta que o horário de verão pode trazer benefícios para outros setores da economia, como o turismo e o comércio.
De acordo com Silveira, bares e restaurantes tendem a registrar maior movimento durante o período, já que os dias mais longos estimulam as atividades noturnas e, consequentemente, o consumo.
Um estudo está sendo realizado pelo Ministério de Minas e Energia para avaliar a viabilidade de retomar o horário de verão, e os resultados devem ser apresentados em breve.
Uma decisão sobre o retorno ou não da medida deve ser tomada após uma reunião com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
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