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Azeite de oliva: entenda por que o preço aumentou

Entender os motivos pelos quais o azeite está tão caro é fundamental para adaptar nossas escolhas na cozinha

Entender os motivos pelos quais o azeite está tão caro é fundamental para adaptar nossas escolhas na cozinha. Foto: Reprodução/Freepik

O azeite de oliva, um dos produtos mais valorizados na dieta mediterrânea, passou a ser considerado um artigo de luxo no Brasil nos últimos anos. O motivo? Uma forte disparada de preços devido a uma seca severa que afetou as principais regiões produtoras da Europa, reduzindo drasticamente as colheitas de azeitonas.

Essa situação fez com que o preço aumentou de forma significativa, impactando diretamente o bolso do consumidor brasileiro. A seguir, vamos entender as razões desse aumento e quais são as previsões para o futuro.

A crise climática e a produção de azeite na Europa

A Europa, responsável por grande parte da produção global de azeite, especialmente através de países como Espanha e Portugal, enfrentou uma das maiores crises climáticas dos últimos tempos. A seca intensa, que persistiu por dois anos consecutivos, prejudicou gravemente a produção de azeitonas.

A Espanha, maior produtora mundial de azeite, registrou uma queda significativa em sua produção, de 1,5 milhão de toneladas para aproximadamente 600 mil toneladas entre as safras de 2021/22 e 2022/23. Apesar de uma ligeira recuperação em 2023/24, a produção ainda está longe dos níveis normais.

Com essa redução da oferta, o preço aumentou e atingiu o maior pico no Brasil em junho de 2024, registrando um aumento de 50% em comparação com o ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse impacto foi sentido principalmente pelo consumidor brasileiro, que depende da importação de azeite europeu devido à baixa produção nacional. Com isso, uma garrafa de 500 ml, que antes era encontrada por valores mais acessíveis, hoje dificilmente custa menos de R$ 40 em muitas cidades.

Quando o preço do azeite vai cair?

Apesar da produção europeia estar começando a se recuperar, a previsão é de que o reflexo nos preços não será imediato no Brasil. Segundo Carlos Eduardo de Freitas Vian, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), a queda nos preços deve ser percebida apenas a partir de meados de 2025. Isso se deve ao tempo necessário para que o produto passe por todo o processo logístico, desde a produção até o transporte e distribuição nos supermercados brasileiros.

Um relatório da Comissão Europeia, divulgado em outubro de 2024, apontou que a produção de azeite na Europa deve crescer 32% este ano, atingindo 2 milhões de toneladas. A Espanha, que representa a maior parte dessa produção, espera aumentar sua oferta para 1,4 milhão de toneladas na safra de 2024/25, o que traria certo alívio no preço final do produto. Entretanto, o professor Vian ressalta que ainda há incertezas climáticas que podem afetar essa previsão, como chuvas intensas durante a colheita.

Dicas para o consumidor em tempos de alta nos preços

Com o preço do azeite em alta, muitos consumidores procuram promoções nos supermercados, mas é importante tomar cuidado para evitar cair em golpes.

Uma dica do Ministério da Agricultura é desconfiar de produtos com preços muito abaixo da média de mercado, já que podem ser azeites adulterados ou de qualidade inferior. Evite também azeites vendidos a granel, pois essa forma de venda facilita a falsificação.

Além disso, é sempre válido verificar se a marca do azeite está registrada e se já houve algum alerta sobre falsificação.

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