O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o pacote de corte de gastos do governo federal será divulgado no início da próxima semana, com previsão para segunda-feira (25) ou terça-feira (26).
O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (21), para jornalistas que estavam no ministério da Fazenda em Brasília (DF).
Segundo Haddad, uma última reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está marcada para definir os detalhes finais das medidas.
O pacote, que inclui bloqueios de aproximadamente R$ 5 bilhões no orçamento, é parte de uma estratégia para reforçar o arcabouço fiscal e equilibrar as contas públicas.
Medidas em andamento
O ministro revelou que as ações foram previamente compartilhadas com líderes do Congresso, incluindo os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.
Segundo ele, as medidas visam fortalecer o equilíbrio orçamentário, estabilizar a dívida pública e, futuramente, permitir a redução da taxa de juros.
Entre as iniciativas em análise está a revisão de políticas sociais, como o abono salarial, que poderá ser direcionado para trabalhadores de menor renda.
No entanto, desvincular benefícios sociais do salário mínimo não está nos planos do governo.
Expectativa do mercado financeiro
O mercado acompanha com atenção a possível apresentação do pacote. Nesta quinta-feira (21), o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 0,99%, fechando em 126.922 pontos, reflexo de ceticismo quanto à eficácia das medidas.
Analistas projetam que o impacto fiscal do pacote pode gerar economias entre R$ 10 bilhões e R$ 50 bilhões, mas a falta de detalhes aumenta a incerteza. A média das estimativas aponta para uma economia de cerca de R$ 30 bilhões.
Próximos passos
Após a reunião com Lula, a comunicação do governo decidirá o melhor momento para divulgar o pacote, que, segundo Haddad, já está praticamente finalizado.
O governo aposta que as medidas ajudarão a conter o crescimento de despesas obrigatórias, responsáveis por mais de 90% do orçamento federal.