O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,9% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao segundo, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (3).
O crescimento foi impulsionado pelo aumento do consumo das famílias e pelo avanço dos investimentos, superando expectativas de analistas, que previam alta de 0,8%.
Com esse resultado, o PIB acumulou alta de 3,3% no ano, e o IBGE revisou a projeção para o crescimento anual de 2023 de 2,9% para 3,2%. Em valores correntes, o PIB gerou R$ 3,0 trilhões entre julho e setembro.
Consumo e investimentos puxam a economia
O consumo das famílias teve alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior, marcando o 13º período consecutivo de crescimento, o mais longo desde 2005-2008.
Esse desempenho reflete o fortalecimento do mercado de trabalho, com desemprego em níveis historicamente baixos, além de programas sociais e o aumento do crédito.
Os investimentos também se destacaram, com avanço de 2,1% no trimestre, somando quatro trimestres consecutivos de crescimento.
Esse é o ciclo de alta mais duradouro desde 2011, impulsionado por maior aquisição de máquinas e equipamentos e pela recuperação de setores produtivos.
Setores econômicos mostram desempenho misto
Entre os setores, os serviços, que representam 70% da economia, cresceram 0,9%, liderados por atividades como tecnologia da informação e comunicação.
A indústria subiu 0,6%, com destaque para a indústria de transformação, enquanto a agropecuária recuou 0,9%, impactada pela seca que afetou safras importantes.
Projeções e desafios
Apesar do bom desempenho no terceiro trimestre, economistas alertam para sinais de desaceleração. A inflação, pressionada pelo ritmo aquecido da economia, pode levar a ajustes na política monetária, como elevações na taxa de juros, para conter o superaquecimento econômico.
O governo revisou a projeção de crescimento do PIB para 2024, estimando alta de 3,3%, o que confirma a recuperação da economia em meio a desafios internos e externos.