O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciará nesta quarta-feira (11), às 18h30, sua decisão sobre a taxa Selic. O mercado aguarda não apenas um novo aumento, mas também uma possível aceleração no ritmo do aperto monetário.
De acordo com o Boletim Focus mais recente, as projeções indicam uma elevação de 0,75 ponto percentual (p.p.).
Contudo, após a divulgação do IPCA desta terça-feira (10), que revelou maior pressão sobre os preços de serviços e alimentos, há analistas que consideram uma alta de 1 p.p. como uma possibilidade concreta.
Debate sobre ritmo de alta
A XP Investimentos já defendia antes do IPCA que a piora nas expectativas inflacionárias justificava um aumento maior. A divulgação do índice reforçou essa posição, mostrando deterioração na qualidade da inflação, o que pode influenciar a decisão do Copom.
Por outro lado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a perspectiva de uma política monetária ainda mais rígida. Em nota divulgada nesta terça-feira, a entidade alertou que um novo aumento na Selic desconsidera fatores relevantes do cenário econômico nacional e internacional.
Críticas à estratégia do Banco Central
A CNI classificou a possibilidade de um novo aperto como “insistir no erro”, argumentando que o impulso fiscal sobre a economia já está significativamente reduzido.
A entidade também destacou a desaceleração econômica em curso no Brasil e a tendência de corte de juros em grandes economias globais.
Além disso, a confederação avaliou que o mercado reagiu de forma exagerada ao pacote fiscal apresentado pelo governo ao Congresso. Para a CNI, o Banco Central deveria adotar uma postura mais equilibrada na condução da política monetária.