O dólar comercial alcançou nesta quarta-feira (18) sua maior cotação histórica, encerrando o dia a R$ 6,2672. Com um aumento de 2,82% em relação ao dia anterior, esta é a maior variação percentual desde novembro de 2022, quando a alta foi de 4,10%.
Nos últimos dias, a moeda norte-americana registrou uma escalada preocupante.
- Na segunda-feira (16), atingiu R$ 6,09;
- Na terça-feira (17) chegou a ser cotada a R$ 6,20.
O cenário acende um alerta sobre os fatores que têm impulsionado essa valorização, mesmo com intervenções do Banco Central, como leilões de dólares no mercado.
Fatores externos pesam contra o real
No cenário internacional, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, indicou que os cortes nas taxas de juros podem ser mais lentos do que o mercado esperava. Essa postura fortalece o dólar frente às moedas de países emergentes, como o real, e aumenta o fluxo de capitais para os Estados Unidos.
Além disso, a decisão do Fed de reduzir novamente a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano, também teve impacto significativo no mercado global.
O clima de incerteza também afetou o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3. O indicador fechou em queda de 3,15%, marcando seu maior recuo desde novembro de 2022, quando o declínio foi de 3,35%.
Problemas internos agravam o quadro
No Brasil, a situação fiscal é outro elemento que pressiona a moeda local. O déficit nas contas externas do país atingiu 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB), agravando a desvalorização do real.
Investidores demonstram ceticismo em relação às medidas governamentais para controlar o endividamento público. Declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçaram a percepção de que o governo não planeja reduzir gastos de maneira significativa, aumentando a desconfiança do mercado.