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Fim do mandato de Campos Neto no BC: autonomia, Pix e Selic

Roberto Campos Neto - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Roberto Campos Neto - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O mandato de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central do Brasil chega ao fim em dezembro de 2024. Durante quase cinco anos à frente da instituição, ele enfrentou desafios e tomou decisões que impactaram diretamente a economia brasileira.

Marcos do mandato de Campos Neto

Campos Neto assumiu a presidência do Banco Central em fevereiro de 2019, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro.

Entre os principais marcos de sua gestão está a histórica redução da taxa Selic para 2% ao ano, em agosto de 2020, uma medida para estimular a economia durante a crise gerada pela pandemia de Covid-19.

Nesse mesmo período, o BC lançou o Pix, sistema de pagamentos instantâneos que revolucionou o mercado financeiro brasileiro, e colocou em circulação a nota de R$ 200.

Além disso, em 2021, o Banco Central conquistou autonomia institucional, um feito inédito que garantiu maior independência na condução da política monetária.

Polêmicas e desafios recentes

Campos Neto também enfrentou polêmicas ao longo de seu mandato. Durante as eleições presidenciais de 2022, ele foi criticado por votar com uma camisa da Seleção Brasileira, associada a apoiadores de Bolsonaro.

Já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas devido ao patamar elevado da Selic, que atingiu 13,75% ao ano.

Mesmo sob pressão, o economista liderou a transição para um ciclo de cortes na taxa básica de juros a partir de agosto de 2023, quando utilizou seu voto de minerva para acelerar a redução.

Outro momento delicado ocorreu em junho de 2024, quando Campos Neto participou de um jantar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, gerando novas críticas por parte do Planalto.

Legado e sucessão

Entre as principais conquistas da gestão de Campos Neto estão a modernização dos meios de pagamento, a inclusão financeira proporcionada pelo Pix e a consolidação da autonomia do Banco Central.

Seu sucessor, Gabriel Galípolo, indicado por Lula e aprovado pelo Senado em outubro, assumirá a missão de dar continuidade a esse legado e enfrentar novos desafios econômicos.

Campos Neto reforçou o compromisso com uma transição suave e desejou sucesso a Galípolo, destacando que a independência do Banco Central é essencial para garantir a estabilidade econômica do Brasil.

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