A alta de tributos sobre compras internacionais tem impactado as vendas de produtos importados no Brasil, especialmente os de plataformas de e-commerce estrangeiras, como as asiáticas.
Desde a implementação da “taxa das blusinhas”, em julho, o mercado tem visto uma queda nas remessas de até US$ 50, com uma redução de 42% nas compras online, conforme dados do Santander. O total de compras caiu de 19 milhões para 11 milhões em agosto.
Esse recuo nas compras favoreceu as varejistas nacionais, que vêm ganhando participação de mercado. Empresas como Lojas Renner, C&A e Guararapes tiveram alta nas vendas no terceiro trimestre de 2024, com crescimento de até 19%, superando a média do mercado de vestuário, que foi de 6%.
Ruben Couto, do Santander, apontou em conversa com o jornal Estadão que o aumento gradual de impostos ajudou a nivelar a concorrência com os varejos internacionais, incentivando as empresas locais a investir mais em e-commerce.
Esse movimento também contribuiu para reduzir a diferença de preço entre os produtos locais e importados, que caiu de 25% a 30% no início do ano para cerca de 10%, após a implementação das novas taxas.
Além disso, um novo acordo entre os estados elevará a alíquota do ICMS sobre encomendas internacionais de 17% para 20%, o que deve começar a valer em abril de 2025.
A medida visa aumentar a competitividade do varejo local, mas sem eliminar totalmente a diferença de preços. A mudança é vista como mais um passo em direção à isonomia tributária no setor.
Fonte: Estadão Conteúdo