A inflação oficial de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano com alta de 4,83%, acima do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 4,5%.

Esse resultado, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (10), reflete a aceleração dos preços.

Em resposta à superação da meta, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que assumiu oficialmente a presidência há 10 dias, deve enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos da inflação acima do esperado.

A carta também detalhará as ações que o BC tomou e continuará tomando para controlar a alta de preços.

A meta de inflação de 2024 tinha como centro a marca de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).

Com o IPCA de 4,83%, o país ultrapassou esse limite. Em casos como este, a lei exige que o presidente do BC explique os motivos e as medidas para corrigir a situação.

Entre as medidas adotadas, destaca-se o aumento da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 12,25% ao ano.

O BC já indicou que, em janeiro e março de 2025, a Selic será elevada em 1 ponto percentual, o que levará a taxa para 14,25%, o mesmo nível observado durante a crise econômica do governo Dilma Rousseff (2015-2016).

A Selic é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação.

O impacto da inflação foi especialmente forte no grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 7,69% em 2024, e nos setores de saúde e transportes, que também contribuíram para o aumento geral dos preços.

Esses três setores foram responsáveis por cerca de 65% da inflação do ano.

Com o IPCA de 4,83%, o governo e o Banco Central enfrentam desafios para manter os preços sob controle e garantir que a inflação se mantenha dentro dos limites estabelecidos para 2025.

Importância da inflação na economia

A inflação é um indicador econômico que mede o aumento geral e contínuo dos preços de bens e serviços em uma economia durante um período de tempo. Ela serve para:

  1. Ajustar a política econômica: Governos e bancos centrais monitoram a inflação para ajustar políticas, como a taxa de juros, a fim de controlar a estabilidade econômica.
  2. Medir o poder de compra: Quando a inflação sobe, o poder de compra da moeda diminui, ou seja, as pessoas conseguem comprar menos com o mesmo valor de dinheiro.
  3. Planejar orçamentos e investimentos: Empresas e consumidores ajustam seus planejamentos financeiros de acordo com as expectativas de inflação, para evitar surpresas e tomar decisões econômicas mais seguras.
  4. Estabelecer a meta de preços: Governos costumam definir metas de inflação para manter a economia sob controle, equilibrando o crescimento econômico e o controle dos preços.

Portanto, a inflação serve como um termômetro da saúde econômica de um país e ajuda a orientar as decisões financeiras e políticas.