O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, explicou nesta sexta-feira (10) os motivos para o estouro da meta de inflação em 2024.

Entre os fatores destacados estão a forte atividade econômica, a desvalorização do real frente ao dólar e os extremos climáticos que afetaram o país.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no mesmo dia, a inflação oficial foi de 4,83%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3% com um intervalo aceitável entre 1,5% e 4,5%.

Com o descumprimento, o BC enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhando as causas do resultado.

Justificativas do Banco Central

Na carta, o BC apontou que condições climáticas extremas desempenharam um papel significativo no aumento dos preços.

A seca em algumas regiões do Brasil elevou os custos de alimentos como carnes e leite, enquanto enchentes no Rio Grande do Sul impactaram a produção agrícola no segundo trimestre de 2024.

Isso resultou em uma alta de 8,22% nos preços da alimentação em casa, revertendo a deflação de 0,52% registrada em 2023.

Outro fator relevante foi a desvalorização do real frente ao dólar, que pressionou os preços de bens industriais.

Segundo o BC, o real foi a moeda que mais perdeu valor em 2024, influenciado tanto por fatores globais quanto por preocupações internas com o cenário fiscal do país.

Apesar disso, a queda no preço internacional do petróleo ajudou a reduzir parcialmente os impactos da depreciação cambial.

Histórico e gestão do BC

Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central em janeiro de 2024, sucedendo Roberto Campos Neto. Essa não é a primeira vez que a meta de inflação foi descumprida –o mesmo ocorreu em 2022, também sob a gestão de Campos Neto.

O controle da inflação segue como um desafio para o governo e o Banco Central, que buscam equilibrar fatores internos e externos para estabilizar a economia brasileira.