Há 104 anos, a palavra “robô” foi usada pela primeira vez na peça “R.U.R. – Robôs Universais de Rossum”, escrita pelo dramaturgo tcheco Karel Čapek.

Desde então, a ideia de robôs evoluiu significativamente, especialmente no campo da educação.

Surgimento da Robótica Educacional

Quarenta e quatro anos após a introdução do termo “robô”, Seymour Papert, matemático e educador, reconheceu o potencial dos computadores na educação.

Ele vislumbrou uma metodologia ativa de ensino através da robótica educacional, ainda numa época em que computadores pessoais acessíveis eram apenas uma fantasia.

Papert, conhecido pela teoria do “Construcionismo”, acreditava que computadores poderiam capacitar estudantes.

Ele desenvolveu um robô e criou a linguagem de programação Logo, facilitando a interação entre usuários e dispositivos, abrangendo desde crianças até adultos.

Adoção contemporânea da Robótica Educacional

Atualmente, muitos empreendimentos educacionais seguem a abordagem de Papert, incluindo a startup EduMaker Brasil, fundada pelo pedagogo Jhony Abreu.

Jhony, que está cursando mestrado em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University (EUA), defende a teoria de Papert e acredita que os alunos devem ser os principais agentes do processo educativo.

“O aluno deve estar no centro da aprendizagem. É crucial explorar novas formas de inovação educacional para proporcionar um aprendizado mais significativo”, explica.

Ele acredita que a robótica educacional pode atrair a atenção dos alunos e prepará-los para o futuro.

Aprendizagem interativa e dinâmica

A robótica educacional combina aspectos cognitivos e afetivos, integrando conhecimentos de disciplinas como ciências, artes e matemática. Jhony destaca que, além de desenvolver habilidades técnicas, a robótica também aprimora “soft skills” como empatia, resiliência e liderança.

“No programa EduMaker, utilizamos metodologias como LEGO®️ Education e a Cultura Maker para tornar o aprendizado mais envolvente, integrando o lado afetivo e cognitivo dos alunos”, detalha Jhony.

Metodologias inovadoras

A abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) em conjunto com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) torna as aulas da EduMaker estimulantes e práticas.

“A robótica educacional permite aplicar na prática conceitos políticos, históricos, biológicos e geográficos, facilitando a assimilação de novas informações”, ressalta Jhony.

Resultados positivos

A EduMaker Brasil já estabeleceu parcerias com mais de 20 escolas em diversas regiões de Manaus, inclusive em comunidades economicamente desfavorecidas.

Melissa Martins, coordenadora pedagógica da startup, observa que a robótica educacional tem sido vista como uma ferramenta eficaz para estimular o conhecimento dos estudantes.

“Nas atividades de robótica, abordamos diversos temas do currículo escolar, promovendo a fixação prática do conteúdo e facilitando a construção do conhecimento”, explica Melissa.

Ela destaca que a robótica educacional melhora o desempenho dos alunos em diversas áreas, incluindo competições, oratória e competências socioemocionais.

“Notamos que alunos que antes tinham dificuldades em trabalhar em grupo ou compartilhar materiais agora desenvolvem habilidades de colaboração e empatia. Eles não só aprendem conteúdos específicos, mas também adquirem habilidades que usarão ao longo da vida”, conclui.