Enquanto países ricos apresentam melhorias na educação, o Brasil, por outro lado, exibe piora nos índices. Entre 2015 e 2021, o investimento público em educação caiu, em média, 2,5%, a cada ano no país.

Os dados são do relatório internacional Education at a Glance (EaG) 2024, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira (10).

Brasil em comparação aos outros países

O relatório avaliou, no mesmo período, 48 países. Os resultados mostram que os gastos públicos deles aumentaram, em média, 2,1% por ano, desde o ensino fundamental até o superior.

Em valores absolutos, o Brasil também investe menos em comparação às outras nações da OCDE. Por ano, o país gasta, em média, cerca de R$ 20,5 mil por aluno nas escolas de ensino fundamental, enquanto os demais países investem, em média, R$ 66,5 mil.

No ensino médio, esses gastos chegam a R$ 22,6 mil no Brasil e cerca de R$ 71 mil nos outros países. Por outro lado, no ensino superior, o investimento é maior, chegando a R$ 75,8 mil no território brasileiro.

Apesar disso, ainda fica baixo do total de R$ 95,7 mil investido entre os países da OCDE.

A parcela dos gastos públicos com educação em relação aos gastos totais do governo diminuiu de 11,2% em 2015 para 10,6% em 2021, no Brasil. Esses percentuais são, no entanto, superiores aos dos países da OCDE. Em média, entre os países-membros da organização houve também ligeira diminuição no mesmo período, de 10,9% para 10,0%.

Valorização dos professores

O relatório também indicou uma maior valorização dos professores pelos países ricos, em comparação com o Brasil. No país, os professores recebem menos e trabalham mais do que a média da OCDE.

Em 2023, o salário médio anual dos professores nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) era R$ 128,4 mil. Valor 47% abaixo da média da OCDE, que alcança R$ 240,2 mil.

Escolaridade no Brasil

Embora o cenário de investimento seja inferior, o Brasil tem escolaridade obrigatória mais longa que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Segundo o estudo, no Brasil, todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos devem estar matriculados na escola. Os 13 anos de estudos obrigatórios são mais longos que os dos países da OCDE, cuja média de ensino obrigatório é de 11 anos.

Por meio dos indicadores trazidos pelo relatório internacional, é possível observar um maior destaque do país brasileiro para a educação infantil. Ao contrário do sistema educacional na totalidade, o investimento público nessa etapa, em relação ao Produto Interno Bruto (soma das riquezas produzidas no país), aumentou 29% entre 2015 e 2021, no Brasil. O aumento foi maior que a média da OCDE, que no mesmo período, aumentou 9%.

O Brasil participa do estudo desde a primeira edição, em 1997. A OCDE é uma organização econômica, com 38 países-membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico.

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