O aumento da violência política no Brasil marcou o período eleitoral de 2024, conforme levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio). Entre junho e setembro, foram registrados 338 casos de violência política, um recorde em comparação a anos anteriores.

Durante o estudo, dois episódios chamaram a atenção: agressões físicas entre candidatos durante debates nas capitais Teresina (PI) e São Paulo (SP). Ao todo, o monitoramento, que iniciou em 2019, já soma um total de 2.673 episódios até o momento.

Entre as 338 ocorrências registradas no 3° trimestre de 2024, a violência física foi a mais comum, com 179 episódios, incluindo 88 casos de homicídio (tentados e consumados). São Paulo lidera o ranking com 58 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 47.

Os estados da Bahia, Ceará e Paraíba ocupam o terceiro lugar, empatados com 23 casos cada. Ao todo, 26 estados registraram incidentes, sendo as lideranças políticas locais as principais vítimas: 267 delas foram violentadas, incluindo 38 pré-candidatos e 225 candidatos.

Escalada de violência

Entre julho e setembro, o aumento dos episódios de violência foi alarmante. Em julho, foram registrados 51 casos, número que subiu para 107 em agosto e alcançou 180 em setembro, quando as eleições municipais estavam mais próximas.

A região Nordeste foi a mais afetada, com 129 casos (38,2%), seguida pelo Sudeste, com 122 (36,1%). O Distrito Federal foi a única unidade federativa que não reportou casos, já que não possui eleições municipais.

Tipos de violência

O estudo também identificou cinco categorias de violência política: física, psicológica, econômica, sexual e semiótica.

A violência física foi predominante no 3º trimestre, representando 53% dos casos. A violência psicológica apareceu em segundo lugar, com 90 episódios (26,6%), seguida pela violência econômica (10,7%), semiótica (8,3%) e sexual (1,5%).

O número de homicídios também foi alarmante, com 88 ocorrências em 20 estados. São Paulo e Rio de Janeiro lideraram essa triste estatística, com 16 e 15 casos, respectivamente.

Crescente preocupação

O aumento expressivo da violência política acende um alerta para o processo eleitoral em 2024, demonstrando um cenário preocupante de insegurança para candidatos e lideranças políticas.